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BATE E VOLTA NO VALE DO QUILOMBO - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 09 de Abril de 2009 14:51
Índice do Artigo
BATE E VOLTA NO VALE DO QUILOMBO
Página 2
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A pernada prosseguiu atraves de uma picada à esquerda das ruínas, q mergulhou novamente na mata e desceu por um bom tempo em suave declive, s/ problemas. O único inconveniente foram as trocentas (e enormes) teias-de-aranha q insistiam em beijar nosso rosto, indicando o pouco uso da picada. As 10:30 caimos na famossa bifurcacao em "T" e, não repetindo o erro da ocasião anterior, tomamos s/ pestanejar a ramificação da esquerda q por sua vez não tardou a nos deixar na picada oficial da "Volta da Serra", vinda da estrada. Daqui bastou apenas acompanhar a picada - obvia e s/ mta declividade, porem perdendo altitude imperceptivelmente - sempre bordejando a encosta esquerda da verdejante Serra do Quilombo. No caminho desta antiga vereda, os atrativos são as velhas fornalhas cavadas na encosta, macucos indignados diante nossa presença e um belo riacho descendo a serra q molha nossa goela. Sem falar na exuberante vegetação da Mata Atlântica, q em suas raras frestas nos permite vislumbrar o majestuoso e imponente Vale do Quilombo, c/ suas verdejantes escarpas debruçando-se q quase verticalmente sentido litoral, à sudoeste.
As 11:30 e após cair numa picada maior, damos finalmente na "bifurcacao das bananeiras", de certa relevância. Pois bem, até entao havíamos feito um repeteco do roteiro da ocasião anterior, c/ a diferença q desta vez não tomaríamos o ramo da direita, q daria a volta pelas encostas de serra ate a vila. Sendo assim, nos lançamos pela trilha da esquerda q nos levaria ao fundo do vale propriamente dito. O inicio deste trecho estava repleto de brejo e charco, e não nos restou opção senão descer champinhando ate cair numa clareira c/ restos de acampamento. Atravessamos um pequeno riachinho ate q a trilha volta novamente a subir, costeando agora um ombro de serra pela direita. Desembocamos entao numa picada + larga, visivelmente no q fora outrora uma antiga estrada porem tomada em parte pelo mato, principalmente por belos exemplares de cedros, orquídeas e bromélias. Surgem pequenas e discretas bifurcações mas o sentido é (meio) obvio, indo sempre na picada + batida.  Ainda assim, sempre procuro deixar alguma marcação na trilha ou apenas memorizar corretamente o trajeto p/ nao ter surpresas na volta. "Ta td sussi!", a Báh responde ao lhe indagar se tava cansada. Ótemo, era sinal q poderiamos continuar no ritmo forte q haviamos imposto à pernada até ali.

No alto do morro andamos um pouco ao largo de sua estreita crista ate desembocar numa bifurcacao maior, cujas duas ramificações estavam bem batidas. E agora? Bem, escolhi a picada da direita (q me pareceu ser a "Trilha 240º") apenas por bom senso, mas poderíamos ter tirado no "par ou impar", pois acredito q a outra tb levasse ao rio, porem nas corredeiras bem + acima. Taí + um motivo p/ voltar e explorá-la noutra ocasião. Pois bem, tomando o ramo da direita começamos bordejando uma encosta bastante íngreme, p/ depois desce-la em curtos ziguezagues. Logo caímos num ombro (ou crista) de serra q bastou descê-lo quase q reto e forte, piramba abaixo, c/ mato caindo por ambos lados e q demandou tb q nos firmássemos no arvoredo ao redor.

Perdendo rapidamente altitude, o rugido do rio foi aumentando cada vez + de intensidade, sinal da proximidade do fundo do vale. Pequenas bifurcações surgem (e + marcações vou deixando), e após um ultimo trecho de ziguezagues, bordejamos uma ultima encosta ate cair finalmente em meio às primeiras pedras e lajedos às margens do Rio Quilombo, as 12:30! O local é cênico: corredeiras, piscinoes e cachus de água cristalina em meio a enormes blocos de pedra esparramados por td a extensão do rio, q por sua vez desce vale abaixo numa espécie de desfiladeiro. Td isso emoldurado e cercado pelas imponentes e verdejantes montanhas da Serra do Mar. Não pensei duas vezes e mergulhei num enorme e convidativo piscinao à minha frente. A Báh, em contrapartida, empenhou-se + em explorações dos arredores e encontrou duas peçonhentas entre as pedras (inclusive uma charmosa jararaca!), o q já a deixou feliz da vida.  Aqui as possibilidades de pernadas eram inúmeras: desde descer o rio ate a Piacanguera; subi-lo em direção ao Poço das Moças; ou até mesmo atravessa-lo e ganhar as cachus/corredeiras de outro gde afluente proximo, o Rio Anhangabaú. Porem, como esta era nossa 1º exploração, não estávamos devidamente equipados e nem dispúnhamos tanto tempo assim, nos limitamos apenas à curtir aquele belo e bucólico remanso.


Após uma hora exata de descanso e de comer alguma coisa, as 13:30 colocamos pé na trilha p/ retornar pelo mesmo caminho. E teríamos q ser ligeiros, mas não pelo fato da árdua (e looonga!) subida q tínhamos pela frente, mas pelo fato do céu subitamente se cobrir de densas nuvens e um leve chuvisco começava a fustigar nosso rosto. Perguntei p/ Báh se ela tava pronta p/ encarar, e esta respondeu c/ td tranqüilidade do mundo: "Ta td sussi!"
E la fomos nós novamente subindo td o trajeto feito, sempre em "primeirinha", e no final dos primeiros 10min já estávamos bem ensopados de suor. No entanto, isso não reduziu nosso ritmo q manteve-se constante td tempo. As marcações deixadas foram tb fundamentais p/ diluir qq duvida q por ventura surgisse, já q a perspectiva da mata era totalmente diferente no sentido contrario. Quiçá por isso q nosso tempo de subida, por incrível q pareça, foi bem inferior ao da subida (!?)  Eis um mistério q até nos intrigou. Dessa forma "misteriosa", as 14:30 já estávamos de volta à "bifurcacao das bananeiras", onde a partir dali o terreno praticamente nivela e a pernada ganha + agilidade e velocidade, já q a dificuldade de orientação aqui é quase nula. Pra não ter de voltar pela "Trilha da Comunidade" e subir desnecessariamente até as ruínas, ignoramos a picada q desce da esquerda e nos mantemos na principal, sempre descendo suavemente pela encosta direita da serra. De repente emergimos da mata, e a paisagem descortina à nossa direita a vila-presépio do Taquarucu, c/ as cores vivas de sua simpatica igrejinha destacando-se em meio ao sertão e das montanhas verdejantes q parecem abraça-la! A ameaca inicial de chuva passara faz tempo e agora um sol brilhava radiante por td a serra.

Após um bosque de eucaliptos, caímos finalmente na estrada de terra por volta das 15:40. Como a estrada liga os municípios de Sto André e Mogi das Cruzes, o sentido a tomar daqui era o da esquerda. E tome estrada! Quase 2km após ter começado, passamos por dois cruzeiros na beira da estrada, ate passar pela entrada de acesso das trilhas no inicio do dia. O cansaço acumulado já se fazia sentir, ao menos pra mim, e não via a hora de estacionar num boteco da vila p/ molhar a goela c/ uma breja gelada! A fome, por sua vez, era o q motivava a Báh a continuar, apesar de estar fisicamente bem "sussi", pra variar! Tanto q ela não parava de falar num franguinho de "televisão de cachorro" q havia visto pela manha.
Chegamos no vilarejo finalmente as 16:30, um tempo recorde q ate nos surpreendeu! Independente disso, estacionamos num dos quiosques da vila e mandamos ver td q tínhamos direito. A movimentação tava razoável, c/ td mundo já começando a se mandar qdo as brumas tomaram outra vez conta da vila, e q com ela trouxe tb um leve friozinho. De bucho cheio, tomamos o busao de volta p/ RG da Serra quase 18hrs, já escurecendo, e de la tomamos o trem p/ Sampa, trajeto este q fizemos amparados nos braços de Morpheus. Dali p/ casa foram dois palitos, claro.

E assim foi mais um produtivo domingão enfiados no meio do mato, já c/ breve promessa de retorno diante das tantas possibilidades ainda p/ explorar. Essa, enfim, é a vila de Paranapiacaba, sempre cercada pelas belezas da Mata Atlantica, c/ trilhas e paisagens q nem parecem estar tao próximos da capital. Basta apenas um passeio curto p/ se chegar la e passar o dia, onde é possível fazer caminhadas diferentes p/ tds gosto e fôlegos, e onde cada investida parece revelar sempre novas opções de pernada. Só repete roteiros quem quer. Portanto, basta aguardar uma brecha oportuna de bom tempo, chamar alguém disposto p/ um bate-volta "natureba-diferenciado", respirar fundo e entrar em contato c/ a natureza exuberante da Serra do Mar.

Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html



 
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