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Trilha na mata
CHEGANDO EM ARAPEI
Levantei antes das 6, tomei rapidamente café, comi os últimos mantimentos q carregava e começei a pernar as 6:30, tendo os primeiros fachos do sol iluminando os paredões laterais da serra ainda tinha q descer. Destaque à minha esquerda pra enorme Cachoeira Fazenda da Gloria, q em 300m de queda vertical suas águas destoavam graças aos incipientes raios matinais. Passamos logo em seguida pela fazenda homônima, onde não vejo sinal do Ronald acampado. Onde teria se metido?
A medida q vou perdendo altitude, descendo ora suavemente a encosta, ora abruptamente trechos + íngremes, a paisagem a minha frente vai se abrindo cada vez mais, e o horizonte desponta com vistas fantásticas dos mares de morros do Vale do Paraíba. Um tempo depois paso a acompanhar o Rio Capitão-Mor à minha esquerda, enqto q a minha direita outro rio é utilizado como rústica represa. Desde o inicio do dia td este trajeto é feito sem sombra alguma, ladeando montanhas tomadas de pasto, com exceção dos trechos onde varias cachus despontam principalmente à minha direita, cortando a montonia da serra.
Após ziguezague íngreme, a descida termina e nivela de vez na Faz. Monte Alegre. Carros de boi, cheiro de roça e algumas fazendinhas já me avisam q estou proximo do meu destino. De fato, mais meia hora pelo plano e logo alcanço o asfalto, q me leva à espinha dorsal de Arapei, pequeno e pacato arraial q se resume ao próprio asfalto (q serve de "avenida" principal), de onde saem as transversais q o encorpam um pouco mais. São exatas 9:20!!
Numa lanchonete q serve de pto de bus me informo dos horários, e fico a espera do bus das 10:30 pra Guaratinguetá. Enqto bebo uma cerveja, eis q aparece o Ronald. Ele caminhara a noite anterior ate chegar no arraial, onde ficou numa pousada. Mal deu pra brindar a empreitada qdo, as 9:40, apareceu um busao de Bananal com destino a Sampa, q tomamos sem pestanejar. O resto da cansativa viagem foi no mundo dos sonhos, principalmente devido as inúmeras e constantes paradas do busao-cata-jeca.
Chegamos em sampa, enfim, as 15hrs da tarde! E esse é mais um dos esquecidos (des)Caminhos do Ouro, na Bocaina. Picadas abertas inicialmente pelos índios, exploradas pelos bandeirantes e consolidadas por mão de obra escrava, a gde maioria delas caiu no esquecimento ou foi tomada pela mata. Mas ainda estão lá, conhecidas apenas por mateiros ou caboclos. E esperam hj por estes neo-bandeirantes de mochila q apenas buscam riquezas mais contemplativas como a natureza, ou apenas uma viagem ao passado. E pensando bem, é melhor mesmo q esta nova travessia não caia na boca da mídia.
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Marco da divisa RJ-SP
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Piramba no final
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Pernoite nos campos
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Pinguela sobre rio grota funda
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Trilha calçada na mata
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