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GUARIPU: A "OUTRA" TRILHA DO OURO - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Dom, 22 de Março de 2009 18:45
Índice do Artigo
GUARIPU: A "OUTRA" TRILHA DO OURO
CHEGANDO NA CACHOEIRA DO VEADO (O ANIMAL)
CAMINHANDO QUASE 30KM
CHEGANDO EM ARAPEI
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Cachoeira do veado a direita claro

CHEGANDO NA CACHOEIRA DO VEADO (O ANIMAL)

Levantamos as 6hrs, assim q o sol começou a cobrir a morraria com cálidos raios naquela manha de sábado. Tomamos café, arrumamos as coisas e reiniciamos a pernada as 7:40. Novamente na estrada, agora começamos a descer a mesma sentido o amplo e largo vale do Rio Moqueteiro, q aqui é quase um córrego estreito e sinuoso q cruzamos por precaria ponte, pra logo acompanha-lo pela direita, em suave subida.

Mais adiante, passamos pela escola Guabiroba, algumas cascatas ruidosas (formadas pela corredeira do rio) ate q alcançamos o inicio do Bairro do Indaiá, marcado por algumas casinhas, as 8:30. Nas bifurcações, basta tomar a estrada principal ou seguir as plaquinhas "pesqueiro". Estamos a 950m alt. O vale parece se afunilar, se estreitando cada vez mais a medida q subimos, ate q finalmente passamos pelo trutario q era o "pesqueiro" das placas. As 8:50 cruzamos a primeira (de muitas) porteiras do caminho, acompanhada de uma placa "Fazenda Indaiá". Os morros anteriormente desnudos e cobertos de pasto agora estão forrados de densa mata q passa a nos acompanhar boa parte do trajeto. A estrada de terra torna-se mais precária a medida q subimos a ingreme encosta seguinte, com desnível de 150m! Mas qdo a subida termina, damos de cara com um discreto fio-dagua q é a nascente do Rio Guaripu, as 9:20.

Aqui tb um marco de cimento reforça q estamos exatamente na divisa SP/RJ e em mais um pto de descanso, obvio. O caminho daqui é bem bonito: um largo vale q mais parece um corredor entre as montanhas, coberto de pastos, arbustos e salpicado de capões de araucárias, sem falar do sinuoso e calmo Rio Guaripu cortando aquilo td, sentido leste. Ainda acompanhando a precária estrada, alcançamos a Pousada Trilha do Ouro, uns tanques de trutas desativados, e finalmente a Pousada Barreirinha, as 10:08! Andamos uns minutos e, ao invés de atravessar uma pontezinha e continuar pela estrada, saimos antes da mesma tomando uma picada obvia pra direita! Inicio de trilha oficialmente as 10:20! Logo de cara, num amplo gramado fazemos uma pausa pra beliscar e descansar alguma coisa. A trilha segue agora boa parte em descida, acompanhando um riachinho escondido - porem audível - à nossa esquerda, atraves de brejos, trechos enlameados-erodidos ou de pedras escorregadias. Sempre em meio à exuberante e densa mata!

O rio parece se afastar mas apenas por pouco tempo, pq logo depois ele passa a nos acompanhar novamente. Assim, sobre-se um pouco pra em seguida descermos durante um bom tempo. Eventualmente a mata se abre à nossa esquerda possibilitando avistar as famosas e belas cachoeiras do Guaripu, q eram audiveis de longe, e cujo acesso é por alguma picada q sai pela direita da trilha principal. Após descer um tempão, saimos da mata ainda bordejando o rio. Aqui é a região da Paca, marcada por um tronco servindo de ponte à esquerda (q leva p/ casa do seu Jorge), mas nos seguimos pela trilha, sempre evidente, p/ nordeste. Entramos brevemente na mata pra sair noutro descampado, cobertos por densa floresta arbustiva de samambaias e, ao longe, por enormes palmeiras e araucarias. Novamente na mata fechada, agora subimos (sudeste) bravamente trechos bastante enlameados e escorregadios, ora nos afastando ora nos aproximando do som do rio à nossa esquerda, la embaixo. Alguns trechos estão tão enlameados q temos q contornar por dentro da mata mesmo!

As 12:30, ao alcançar o alto da crista, buscamos um local seco pra descansar e lanchar alguma coisa, mas nosso merecido pit-stop é breve em função das vorazes mutucas q dominam o pedaço, nos obrigando a seguir em frente, a contragosto! Iniciando a descida pro outro lado, é aqui q topamos com os restos do histórico calçamento colonial de pedras dispostas irregularmente. A descida, porem, é longa e demorada (desnível de quase 500m!), principalmente pela cautela, seja nos trechos chafurdados na lama, seja pelo cuidado em pisar nas escorregadias pedras do calcamento de pé-de-moleque repletos de musgo.

Alguns trechos estão tão erodidos q se anda em meio a enormes (e escorregadias) valas na mata, formados pelo deslizamento das pedras, natural nas estradas em regiões de encostas úmidas. No caminho tivemos uma cena q poderia remeter facilmente ao passado dali: cruzamos c/ um grupo de cinco homens com antigas espingardas (caçadores!) e um cavalo portando enorme cesto de palha, o balaio, q ao invés de carregar ouro provavelmente levava algum mantimento (ou munição, vai saber!) Após rápida prosa continuamos nossa descida, passando por uma bem-vinda bica encravada na encosta esquerda. As 13:40, a trilha nivela no rio da Grota Grande, e passa a acompanha-lo pela esquerda por um tempo. Logo temos q passar (por cima das pedras) por dois riachos consecutivos, p/ em seguida dar inicio a nova subida, ate chegar numa porteira, do lado da casa do seu Benedito.

Descemos outra vez pelo calcamento de pedras e por vários brejos enqto o rugido do Rio Guapiru aumenta em meio a mata, ate q o alcançamos novamente as 14:50, agora um enorme, largo e gélido espelho dagua refletindo os poucos raios de sol daquele vale fechado. Cruzamos cautelosamente o dito cujo atraves de uma rústica pinguela, q não passa de um tronco servindo de apoio pros pés e outro mais fino servindo de corrimão! Do outro lado, a trilha sobe e passa a acompanhar - em trechos bem enlameados - o rio pela encosta, pra ir se afastando lentamente dele lentamente, sentido Vale do Mambucaba (nordeste). O caminho, por sua vez, se enfia em pura Mata Atlântica, com sua umidade caracteristica, composta de bromélias exóticas, cipós, samambaias, etc. Enormes arvores tombadas e muitos charcos nos obrigam contornar a trilha em meio a mata diversas ocasiões.

As 16:45 saimos da mata num descampado (e uma casinha), já vislumbrando o brilho do Rio Mambucaba nos saudando logo abaixo, à direita. Entramos brevemente na mata pra 10min depois sairmos numa aprazível clareira gramada q antecede a cachoeira do Veado, a 5 min dali. Jogamos as mochilas aqui mesmo, bem do lado do Mambuca! Cansados e exaustos, montamos as barracas pq logo o vale iria esfriar pra valer! Deixamos a visitação da cachu pro dia sgte e jantamos a seguir. Assim q o manto negro e frio da noite cobriu o vale, a lua (quase cheia) fez questao de ilumina-lo maravilhosamente, permitindo breve contemplação antes do descanso definitivo, embora o ceu coalhado de estrelas so fosse mesmo visível de madrugada. O sono veio fácil, afinal não é sempre q se tem o relaxante (e hipnótico) som de uma cachoeira de quase 200m quase do seu lado.



 
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