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Uma ponte longe demais
Realizamos, no último feriado do dia 20 de novembro, uma excursão de canoa descendo o Rio do Peixe, um afluente do Rio Paraná, cuja foz está na proximidades da cidade de Presidente Epitácio.
Embora o CEU conte com outros excelentes remadores, ali estava a nata, ou pelo menos parte desta nata, dos remadores do clube. E não poderia ser diferente, pois se tratava de uma excursão exploratória, em um rio desconhecido, que podia apresentar muitas surpresas. Participaram: Marcelo, Anderson, Ernesto, Pascoal, Linilson, Walter e eu.
O grupo, que viajou separado em dois carros, reuniu-se no ponto de saída, sob a ponte da SP-501, as 7h 30m, um ótimo horário para a saída.
O acesso ao rio era fácil, a previsão do tempo, nos prometia 4 dias de um sol radiante, o rio, apesar de barrento, era limpo, sem lixo nem...Espere aí! Uma excursão em que o Ernesto participava com 4 dias de sol?
Não, havia algo de muito errado nesta excursão. Embora não conseguisse saber o que, era inverossímil demais.
Recebi os mapas do percurso na margem do rio, o que me permitiu um "minucioso" exame dos mesmos e um "bom" planejamento da navegação; mas, como o rio não tinha bifurcações, isto não parecia um grande problema.
O grupo era muito divertido e o entrosamento entre as duplas foi imediato, o que permitiu um bom desempenho das canoas, que venciam as curvas do rio com facilidade.
O rio em si não era lá grande coisa; a vegetação das margens era baixa, quase que só composta por arbustos, praias, algo lamacentas, havia pouquíssimos animais, mas o simples fato de estar remando novamente, e com um grupo legal, já era, para mim, uma alegria.
O primeiro dia transcorreu tranqüilo e após 40 km, encontramos uma boa praia para acampamento; embora fosse um pouco cedo, 16:00h, paramos, montamos acampamento e ficamos nos refrescando no rio. Ao entardecer houve um ataque fulminante de pernilongos, sedentos e animados com um cardápio de sangue novo, que nos obrigou a entrar nas barracas mais cedo.
O trecho do dia seguinte também foi tranqüilo, o rio ficou mais bonito e vimos alguns animais; nem as corredeiras, que eu havia visto nas imagens do Googleearth, apareceram.
No final da tarde, encontramos uma praia; não era lá grande coisa, mas resolvemos parar, pois as possibilidades de novas praias, rio abaixo, não eram muito promissoras. Após breve reunião, resolvemos, por unanimidade, mandar o Anderson, o mais jovem e forte do grupo, descer alguns quilômetros do rio, no caiaque o Linilson, para procurar alguma praia. Pouco tempo depois ele voltou, contando não haver mais nenhuma. Acampamos.
Uma breve consulta aos mapas mostrou que estávamos a pouco mais de 15 km da ponte onde sairíamos; pouco mais de duas horas remando calmamente. Apesar do Ernesto, o sol continuava a brilhar, alguma coisa estava decididamente errada.
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