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No alto do sentinela de angra - MOSQUITOS, MATO, LAMA E PIRAMBA PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Seg, 23 de Março de 2009 19:47
Índice do Artigo
No alto do sentinela de angra
MOSQUITOS, MATO, LAMA E PIRAMBA
QUASE LÁ...NO TOPO!!!
DOMINGÃO ENSOLARADO E A VOLTA
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MOSQUITOS, MATO, LAMA E PIRAMBA
Levantamos ao som de um estridente gavião, as 6 da matina daquele sabadao promissor. O tempo ameaçava melhorar, com algumas janelas de céu azul, o q já era bem animador. A regiao do entorno do acampamento é bem aberta e permite largas vistas da morraria verdejante q nos rodeia. Aqui há uns mosquitinhos minúsculos e irritantes q insistem em sugar nosso sangue, o q nos obriga a tomar café devidamente vestidos, dentro das barracas. Destaque p/  belo visual de algumas teias de aranha nos arbustos ao redor; pelo tamanho delas - e realçadas pelo orvalho matinal - ficamos a imaginar o tamanho das bichinhas, pois pareciam mais com redes.

Saimos dali as 8hrs, seguindo a trilha atraves do descampadao, p/ depois ir ladeando a morraria e entrar em definitivo na mata fechada. O sol -como sempre - ameaçava sair mas o tempo nublado -claro foi nosso companheiro pelo resto do dia, assim como o inconfundível som das arapongas, p/ quebrantar o silencio reinante. A partir daqui é q o prévio conhecimento do Guto foi bastante útil, assim como seu super-croqui da trilha, melhor q qq carta topográfica da região. Isto pq a pernada é em mata fechada e embora a trilha seje razoavelmente nítida, há inúmeras bifurcações e trilhas secundarias abertas por palmiteiros e caçadores ilegais. Isto é, atenção é fundamental.

Pois bem, nos embrenhamos na mata já chafurdando novamente em muita lama, nosso 2º obstáculo, alternando subidas e descidas suaves, visivelmente contornando um morro. A trilha alterna trechos de brejo (ancorados por algumas toras de madeira) e secos com frequencia, sempre cercados de muita, muita mata densa e úmida, encharcando nossas roupas!! A mata em si é o 3º obstáculo a enfrentar, em especial as matacoes de taquaruçu, aqueles bambuzinhos espinhentos q eventualmente parecem invadir e ocluir a trilha, forçando passagem na raça! Quem conehce a Serra Fina sabe do q falo, pois são os mesmos bambuzinhos, q aderem a qq saliencia da mochila e arranham braços e pernas ao menor contato, sem falar nas outras espécies vegetais, um tipo de fino cipó c/ espinhozinhos minusculos, igualmente irritante, aderindo (e queimando) durante a passagem forçada. Eu fui com uma bermuda e voltei com uma tanga em frangalhos!! O horror, o horror..

Meia hora depois alcançamos um riachinho (o primeiro de muitos), o Goiabeira, de 4m de largura porem bem + raso. Na seqüência, mais brejo e mata. Nosso ritmo tava bom, com o Guto na pole, Márcia atrás e eu fechando a trilha, e algumas breves paradas p/ retomada de fôlego. Adiante, mais um riachinho é atravessado e chega-se numa bifurcação em 'T', na qual toma-se a direita. Pra surpresa, boa parte das bifurccoes já esta com obstáculos naturais indicando q não é por ai o caminho pro Frade.

As 9:20, após alguns pequenos riachinhos, emergimos num enorme e amplo descampado de capim alto, de onde teoricamente haveria a possibilidade de avistar o pico. No entanto, a nebulosidade não permitiu nada disso. Aqui tb há um riachinho q serviu de pretexto p/ uma breve parada. A Márcia, por sua vez, assustou-se c/ seu primeiro 'bicho' avistado: um galho retorcido no meio do capim q parecia uma cobra.

Novamente entramos na mata fechada, caminhando em meio as mesmas condições citadas acima, com exceção dos brejos, porem devidamente substituído pelo 4º obstáculo, q consiste nas inúmeras e enormes arvores caídas em td trajeto às quais são transpostas por cima, por baixo ou simplesmente são contornadas, prestando atenção à continuidade da trilha. No caminho, uma variedade enorme de finos cipós pendem da mata densa q nos rodeia, e em menos de meia hora emergimos noutro clareira de capim, menor q a anterior, onde uma enorme e curiosa aranha nos chamou a atenção as margens da trilha, no capinzal. Aqui teríamos a ultima visão da Pedra.

Agora nos embrenhamos definitivamente na mata atraves de um trilho arenoso p/ depois a mesma se tornar um mix de todos os obstaculos anteriormente citados, em maior ou menor grau. Acrescido do 5º obstáculo, q se anuncia ('bzzzzzzz') na forma de um zunido: umas enormes mutucas malditas e irritantes q insistem em seguir vc na tentativa de sugar seu precioso sangue, dependendo da cor q se veste. Isso incomoda muito, pois qq pit stop torna-se uma briga desesperadora c/ as bichinhas, picando inclusive sobre a roupa! Felizmente este obstáculo se limita apenas a este trecho. Fora isso, a referencia visual aqui em meio a mata fechada é uma enorme raiz tombada à esquerda da trilha, formando uma espécie de 'gruta', fora os galhos secos pendendo das arvores q aqui parecem realmente cobras. Depois caminhamos por pedras q se assemelham a um calçamento. Seria esse o trecho remanescente da Estrada da Cesárea, q transportava café de Areias ao Pto do Frade? So Deus sabe..

Por um breve trecho, a trilha é uma afunilada vala ou canaleta de barro escorregadio, pela qual circula agua vindo de algum riacho proximo,e logo, as 10:30 alcançamos mais uma bifurcação em meio a mata. Tomamos a trilha da esquerda pois a outra leva ao bairro do Perequê (Mambucaba). A pernada prossegue, desta vez  em suave e imperceptivel aclive durante quase uns 15min ate chegarmos noutra bifurcação, desta vez na forma de uma encruzilhada numa pequena clareira em meio a mata. As inscrições 'PF'(Pedra Frade) e uma seta marcadas numa grossa arvore sinalizam a direção a seguir, isto é, a trilha da direita.

A partir daqui o aclive torna-se mais acentuado, onde felizmente os taquaruçus já não estão mais presentes. A mata aqui impressiona pela diversidade e beleza em suas formas e cores. Muitas espécies de orquídeas lilazes, roxas quaresmeiras, samambaias e bromélias, arvores altíssimas e imponentes, alem do chão forrado de um fruto (e muitas folhas) vermelho do qual ninguém ousou provar. Atravessamos um riachinho e na seqüência passamos a acompanhar outro, porem não por muito tempo, mas a seguir percebemos q estamos andamos numa crista de morro. Após nova subida, uma descida bem íngreme, um bifurcação a direita (90º), um outro riachinho num selado, etc. E nova subida e descida forte. Depois passamos por um tronco sobre um riachinho  e inicia-se nova subida, desta vez razoavelmente suave, ignorando uma saída à esquerda da trilha principal, q provavelmente supomos venha do Hotel (Praia do frade), detalhadamente descrita pelo Beck em sua revista.

Ainda na trilha principal, passamos a acompanhar o leito de um pequeno riachinho q vem de cima, de nosso proximo destino e logo estamos numa pequena clareirinha gramada, bem na boca da Gruta dos Alemães, pontualmente 12:20. Hora de descanso e lanche, claro. A gruta não passa de uma caverna formada pelo desmoronamento de pedras enormes, cujo espaço interno (com sinais de fogueira) é meio irregular mas quebra o galho como bivaque. É em seu interior q passa discretamente o riachinho q acompanhávamos e nosso ultimo pto dagua. Abastecemos os cantis, obvio. Bem q tentei convencer o Guto e a Márcia a me ajudarem a detonar o resto de vinho q trazia, sem sucesso. Tive q beber td sozinho afim de usar o vasilhame.



 
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