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CIRCUITÃO NO PARQUE ESTADUAL DO JUQUERY PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qua, 19 de Dezembro de 2012 21:08

Com vizinhança nada convidativa, ruínas de um antigo hospício de um lado e um presídio na ativa do outro, o Parque Estadual do Juquery destoa do entorno como o “último remanescente do cerrado na região metropolitana de São Paulo”. Situado a 38km da capital, entre os municípios de Caieiras e Franco da Rocha, o parque é uma grata surpresa natureba com amplos horizontes, mata fechada somente no fundo dos vales e muitas trilhas de fácil acesso. Mas, claro, td q é facil pode ser dificultado. Eis um circuito pouco convencional q, totalizando em torno de 20km, percorre plenamente este “oásis verde” incrustado na metrópole, passando pelo seu pto mais “elevado”, um morrote curiosamente chamado de Ovo da Pata (942m), q domina td paisagem.


Este fds por desventura da maledita “katchiaça” perdi a hora prum bate-volta programado pela Serra do Mar. Entretanto, se tava tarde pra andanças por Mogi ou Paranapiacaba, tava relativamente no horário ideal pra conhecer outros lugares aqui mesmo na capital. Um desses lugares pendentes era o PE Juquery, q relutei em conhecer durante muito tempo sei-lá-pq-cargas-dágua, embora já fosse recomendação de vários amigos. Pois bem, foi a desculpa q precisava pra dar uma conferida no lugar, q no final me supreendeu não somente pela beleza mas, acredite, pelas possibilidades q logo mentalizei após palmilhar suas vastas campinas varridas pelo vento. Tsso sem conhecer ou levar info alguma do lugar.
Colocar o vozeirão do Angus Young no fone de ouvido foi a única alternativa pra abstrair a voz afetada do Restart tocando no talo nalgum celular, qdo um bando de emos retornando da balada tomou posse daquele vagão do Metrô naquela manhã. Felizmente a viagem foi breve o bastante pra não surtar com esganiçada reverberação, e assim saltei na Barra Funda por volta das 7hrs. Imediatamente fiz baldeação pra linha lilás da CPTM, e por pouco não perco o tremzão partindo destino Francisco Morato. Diferente do Metrô, a viagem aqui é longa pois se percorre quase td a linha rumo Franco da Rocha, meu destino daquele dia. Procuro cochilar mas a paisagem revelada pela janela desperta minha atenção: menos cinza e verticalidade nas construções, mais verde e horizontalidade na geometria urbanística. As estações Água Branca, Lapa, Piqueri e Pirituba se sucedem demoradamente, qdo de repente a silhueta imponente do Pico do Jaraguá espetando o céu encanta meus olhos, quase ao alcance das mãos, no meio da Vila Clarice e, claro, Jaraguá.
Após Perus e Caieiras, salto em Franco da Rocha um pouco depois das 7:30hrs, enqto observo a composição tomar rumo Baltazar Fidélis pra enfim alcançar seu pto final. A cidade, contudo, desperta pra mais um dia de labuta e em pouco tempo o entorno da estação se torna uma cópia menor do Largo da Batata, em Pinheiros. Buzinas, trânsito infernal e muitos ambulantes gritando a plenos pulmões seus produtos, digamos, “alternativos”. Um pingado e um pão-na-chapa na padoca reforçam meu desjejum antes de tomar a condução sgte.
Apesar daquilo ser um emaranhado de ruelas estreitas e ptos de coletivos diversos, os q me servem se encontram em frente ao “Supermercado Russi”, perto da estação. Dali partem três linhas q percorrem a Estrada do Governo (SP-23), onde se situa o parque: o “Mato Dentro”, o “Vila Machado”, mas eu acabo tomando um terceiro, o “Mairiporã”, por ser mais regular e freqüente q os demais pinga-pinga citados.
Uma vez no busão, peço pra cobradora me avisar a hora de desembarcar. Na verdade, o trajeto entre Franco da Rocha e a entrada do parque não dá nem 7km, e o pto de referencia pros locais aqui não é o parque e sim uma enorme escola do Corpo de Bombeiros, bem na frente. E assim fomos nos, deixando o centrão da cidade pra num piscar de olhos rasgar a Estrada do Governo (SP-23) - q oficialmente tem o nome de Rod. Prof. Luis S. Chamma – tocando sempre pra leste. No caminho apreciamos ainda resquícios da cidade qdo  subitamente nos vemos acompanhando um rio q bordeja uma vasta área verde. Esse é o Rio Juquery limitando a borda norte do parque que lhe empresta o nome.
Salto do latão por volta das 8:30hrs, e logo me deparo com a portaria principal q me dá as boas-vindas ao parque. Infos essenciais como entrada grátis, aberto de terça-feira a domingo, das 8h00 às 17h00 (em dias sem chuva) escancaram o básico q o visitante deve saber. Já de cara a estrada bifurca e inadvertidamente tomo o ramo da esquerda. “Peralá, por ai não!” , me diz o guarda da guarita ali colocada, “Se vc seguir por ai vai dar ao pé das paredes do presídio!”. Caraca, sabia q havia um cadeião por ali, so nunca imaginei q era vizinho do parque!
Tomando então o outro caminho atravesso um belo bosque com alto arvoredo e jardim bem cuidado, q vai dar no estacionamento e reparo não haver nenhum veiculo estacionado. Sou o primeiro visitante. Observo tb algumas ruínas do q outrora constituiu o conjunto arquitetônico pertencente  ao Hospital Psiquatrico do Juquery, hj tombadas pelo Condephaat, sendo q parte dele foi restaurado pra abrigar o belíssimo casarão q é sede administrativa do parque. Caraca, criminosos e doentes mentais já freqüentaram o lugar! Vizinhança brava aqui.. Outro dato interessante é q o parque é recente (data de 93) e possui 94mil hectares.
Na sequencia dou noutra bifurcação marcada por um playground e devidamente sinalizada, onde algumas placas didáticas explicam mais sobre o parque e suas trilhas. Decido conhecer inicialmente a “Trilha do Ovo da Pata”, q é a mais extensa de tds (13.400km, ida e volta) e leva ao pto culminante do parque. Observo atentamente o croqui do lugar e constato q é realmente a melhor opção, já q tds as demais picadas derivam ou são ramificações da principal.
Tocando então reto pela estrada de chão principal, sempre  oeste, q so depois me dou conta estar na “Trilha do Rio Juqueri” (2.300km, ida e volta) pois basicamente acompanha ao longo a varzea do supracitado rio pela encosta da baixa morraria à esquerda. Após descer um suave vale a picada sobe ate nivelar no aberto, onde enfim pode-se observar - relativamente afastado por entre frestas do alto capinzal - o estreito espelho dágua e alguns banhados q compõem o rio. Em tempo, td área do parque é drenada pelo rio Juqueri e seus afluentes, abrangendo parte da área de drenagem da Represa Paulo de Paiva Castro, que integra o Sistema Cantareira, responsável por 56,70% do abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo.
A pernada é tranqüila e totalmente desimpedida, sem dificuldade nenhuma. A “trilha” na verdade é uma estrada principal com algumas saídas mais estreitas pela esquerda, q decido conhecer na volta. Até lá me contento em apenas tocar em frente, acompanhando o emplacamento q me direciona sempre pra oeste, como q retornando Franco da Rocha. A urbanização, na forma de casebres empilhados um sobre os outros, é visivel nos morros bem do outro lado do rio e contrasta gritantemente do lugar q estou pisando. No caminho, uma bem-vinda bica (“Nascente do Cerrado”) abastece minha garrafa de 500ml e prossigo em frente, sem nenhum desnível no terreno. Até aqui td me lembra o Pque Villa Lobos pela ausência total de sombra, ou outro qq parque brasiliense.
Logo adiante há nova bifurcação q me direciona pra esquerda, onde subo suavemente a abaulada morraria sgte. Após cruzar um enorme descampado de terra vermelha, cuja composição é argilosa-arenosa, e subir um pequeno morrote é q se descortina a visão recorrente q terei pelas próximas horas: “mares de morros” de perder a vista, caracterizado pelos topos arredondados e pontilhado por vales abertos e fechados. É a partir dali q de fato surge o resquício de cerrado q caracteriza o parque. Predominam extensos campos limpos, que sobem e descem os “mares de morros”, só deixando crescer, livres de sua secura, nos escondidos grotões e fendas das montanhas, uma mata exuberante q se alterna entre ciliar e de galeria. Dizem tb q após o inverno estes campos ficam cobertoscom mais de 250 especies de flores, num lindo fenômeno aqui chamado de “florada”.
Cruzo uns quiosques solitários e sem ninguem cuja placa diz ser o “Quiosque da Seriema”, ave q dizem ser símbolo do lugar, embora ali tb residam espalhados pelo pque capivaras, tatus, cachorros-do-mato, cascaveis, tucanos-toco, sagüis, lagartos teiú, veados campeiro e incontáveis passarinhos. Sempre avançando pelo alto das ondulações da morraria pro sul, consigo avistar meu destino ainda distante, sob a forma de uma respeitável e larga montanha elevando-se elegantemente do resto da morraria ao redor, ainda alguns bons kms ao sul. Isto pq os caminhos enganam a distancia, pois td parece perto mas não está. Ta bem longe ainda.
Seguindo em frente uma saída pela direita me leva ate um simpático mirante de madeira, q na verdade é uma torre de observação de quase 20m de altura, construído pra fiscalização e prevenção de incêndios no parque. São exatamente quase 9:30hrs ate ali. Eu bem q tento subir ao alto pra apreciar a paisagem da torre, mas uma grade de ferro trancada com cadeado impede qq ascenção pela escada de acesso aos niveis superiores. Tento passar por entre as grades, mas já não sou mais criança e magro o bastante pra ter bons resultados e me resigno em apenas clicar a tal torre, deixando as largas vistas pra depois. Ate aqui já andei um bocado e minha garrafa já ostenta apenas metade do precioso liquido. Embora estivesse nublado claro, o calor era palpável e aumentava o consumo de agua. Foi aí q torci pra q sobrasse um pouco pra volta.
Prossigo então pela “trilha” principal, q não muda nunca sua rota, e acompanha td tempo a cumieira abaulada dos morros. No caminho, uma pausa pra colher um delicioso fruto forrando alguns arbustos na beira da estrada. Sou leigo nesse assunto, mas se não era murici-do-campo ou gabiroba devia certamente ser melãozinho-do-campo ou maracujá-rasteiro. Pequenas árvores de galhos retorcidos pipocam pelo caminho, mostrando vestígios de queimadas na casca de seus troncos, confirmando as suspeitas de incêndios freqüentes no lugar. A vegetação recorrente é basicamente constituída de capinzal e arbustos pequenos, mas podem ser encontrados tb exemplares de orelha-de-onça, língua-de-tucano, barbatimão, angico, fruta-do-lobo, ipê, cedro, pau-santo, alecrim, cambuí, entre outros.
Logo adiante outra saída pela direita, devidamene sinalizada, me desvia provisoriamente da rota e após descer suaves 730m (ida e volta) dou noutro atrativo: a “Árvore Solitaria”, q nada mais é um belo exemplar de copaíba coroando o descampado do alto de um morro. Retorno a estrada principal por um atalho, passo por baixo do zunido eletrostático de torres de alta tensão e prossigo minha rota, sempre pelo alto da morraria, q tende pra sudeste mas em seguida retoma rumo sul, sempre ignorando os baixos vales ou matas fechadas q se refugiam ao longo das fendas das montanhas. A minha frente, observo o morro “Ovo da Pata” cada vez mais próximo, assim como um trio de bikers vindo no sentido contrario, aliás, o lugar é ideal pra ser aproveitado com uma magrela pois encurta as longas distancias. Andarilho quinem eu, não tropecei com nenhum! No caminho, outro destaque foi um carcará assustado pela minha presença, e a presença constante de “sujeirinhas” de bichos silvestres ao longo da estrada.
Ao desembocar no sopé do “Ovo da Pata” abandono a estrada principal e decido subir por uma estreita picada q galga  seu dorso leste, menos íngreme. E assim tem inicio uma subida de sucessivos ombros serranos q se assemelha mto a da Pedra Grande (em Atibaia, SP) por conta da trilha estreita em chão arenoso e escorregadio. Apesar do desnível não superar os 242m a subida é sofrida pelo intenso calor emanando do chão e pela gde exposição ao sol, q resolve finalmente dar as caras. Uma vez no alto a pernada arrefece e nivela, acompanhando td extensão do largo cume do “Ovo da Pata”, no sentido leste-oeste, ate desembocar numa gde clareira q marca os 942m do topo oficial do morro, as 10:45hrs. O topo é largo, gramado, com sinais de fogueira mas nenhum de lixo, por incrível q pareça. Exposto, claro, fico imaginando como seria bivakar ao relento numa noite de tempo ameno. Contudo, o olhar é mesmerizado pela belíssima panorâmica q se descortina sobre td vale do Juquery e arredores: ao norte, mares de morros alternando campo limpo, sujo e cerrado se sucedem alternando fundos vales em primeiro plano, deixando a geometria de Franco da Rocha logo atrás; a oeste chama a atenção um Cristo coroando o alto duma das poucas elevações em Caieiras; ao sul um resquício do recorte da Serra da Cantareira divide o quadrante com o inconfundível Pico do Jaraguá, logo atrás; enqto a leste somos brindados pelas pequenas serras q abraçam Mairiporã e um rabicho da Represa Paulo de Paiva Castro.
Após descansar um pouco, sentir a brisa soprar um pouco o rosto e beber o resto de água q dispunha, resolvi descer a montanha pelo seu extremo oeste, as 11hrs. Pra isto me vali de uma trilha q sai da clareira e toca pra baixo, com forte e íngreme declividade. Logico q desci sempressa pq escorregar naquele solo seco e repleto de pedrinhas minúsculas era a coisa mais facil de ocorrer, Eventualmente surge algum degrau mas no geral a descida é uma piramba só!  Vale salientar q dali partem outras picadas em varias direções, tanto pra sudoeste como pra sudeste sugerindo circuitos ou ate travessias interessantes ainda pra serem exploradas. Tai a desculpa de retorno ao lugar.
Esta picada desembocou na estrada principal num piscar de olhos, e o normal seria retornar por ela, tocando pra direita. Mas como sou teimoso feito mula resolvi tocar pra esquerda e ver onde ia dar, sentido a fronteira oeste do parque. Qq coisa a navegação é visual, pois tinha o tempo td como referencia tanto as torres de alta tensão como a torre de observação do parque, agora a norte-nordeste. E la prossegui durante um tempão por aquela sinuosa estrada tocando pra noroeste, tomando alguns curtos atalhos q abreviaram uns trechos. Mas após passar por um laguinho a minha esquerda a vereda desvisou pra leste, ou seja, estava na rota certa pois minha intenção era realizar um circuito. Prossegui então pelo estradão q lentamente foi se estreitando, acompanhando ora a cumieira ora a suave encosta dos morros, sempre pra leste, ignorando as bifurcações q não fossem no sentido desejado. No caminho, enormes cupinzeiros, alguns afloramentos rochosos e uma outra perspectiva do “Ovo da Pata”  despertam a atenção, mas minha surpresa maior era constatar q a vereda começou a descer ate dar na beirada de um fundo vale. A picada terminara no sopé de uma torre de alta tensão com vista dum belo laguinho cercado dum bambuzal, mas com uma trilha batida logo atrás, na encosta oposta. E era pra la q tinha q chegar. Procurei e procurei vestígios de continuidade da vereda e nada. Pela carta (Guarulhos, 1:50) q trazia a tiracolo ali já houve uma trilha de manutenção, mas q atualmente se encontrava td fechada. E agora, José?
Como retornar td novamente tava fora de cogitação, eis meu plano mirabolante: descer ao fundo do vale varando mato, ganhar a encosta oposta, tomar a trilha avistada e dali tocar pra torre de observação do parque, q estava bem próxima, a leste. Pois bem, comecei então a descer cuidadosamente o alto capinzal q forrava as encostas menos íngremes do morro em q me encontrava. Ate ali td bem. O problema foram os arbustos agrestes q se sucederam depois e me separavam do fundo do vale. Eram altos capinzais, capim-flechinha, capim-gordura e td sorte de vegetação ressequida e espinhenta, q me fez repensar se havia toimado a decisão certa, ainda mais qdo comecei a sentir arranhões, cortes e espetadas em braços e pernas. Mas como tava ressoluto em seguir em frente, prossegui. Uma vez no fundo do vale me deparei com um brejo enorme, algo q devia ter imaginado tendo em vista a presença de um lago próximo. Bem, ai varei mato de modo a contornar o máximo aquele banhado pela encosta até ao menos alcançar um trecho estreito dele q pudesse ser cruzado sem segurança. Removi os tênis (sim, tava de tênis e não de bota!) e enfiei o pé-na-agua, torcendo pra não atolar ou afundar.
Por sorte, a água atingiu ate a altura da coxa e fui avançando, lentamente. Respirei aliviado sometne qdo alcancei a outra margem, e ganhei enfim a trilha avistada na encosta. Dali bastou acompanha-la, subindo forte, q num piscar de olhos acabei chegando na torre de observação, ao exato 12:15hrs! Dali retornei pela estrada principal pois não vi outra possibilidade, mas ate ali já havia economizado boa kilometragem caso tivesse dado td volta pelo sopé do “Morro da Baleia”, q os moradores dali insistem em chamar de “Ovo da Pata”, pelo q depois tomei conhecimento.
Pois bem, e tome chão de volta! E haja fôlego pra subir e descer tantas vertentes! E haja água pra compensar tanto suor! O sol escaldante daquele inicio de tarde esbofeteava sem dó este estúpido ser q anda sempre sem boné e qq pingo do precioso liquido seria muito bem-vindo! No meu caso, a agua já tinha ido pro espaço antes do vara-mato e consumir a do laguinho tava fora de cogitação pq não senti firmeza nela. Outro detalhe q tornava a volta martirizante era o ardor de uma iminente assadura nas “partes baixas”, q referoçou a lembrança de nunca andarilhar sem a minha surrada bermuda habitual. Nunca mais, pq naquele instante comecei a andar feito peão recém saido dum rodeio!
O alivio pra parte do meu sufoco veio qdo atingi o “Quiosque da Seriema”, onde fui recebido por uma linda revoada de borboletas no gramado. Lá pude beber litros de água na pia do banheiro ali disposto e me refugiei do sol abrasante por alguns minutos. Aproveitei pra mastigar meu lanche, já q como o pque não tem infra alguma é obrigatório o visitante trazer td pro seu próprio consumo. A pernada so teve continuidade qdo algumas nuvens cobriram o Astro-Rei durante algum tempo, e assim prossegui o restante do trajeto pra 13hrs alcançar a estrada principal e, mediante uns atalhos de facil percepção, ganhar o comecinho da “Trilha do Rio Juqueri”.
Na sequencia, parti pra conhecer as duas trilhas restantes: a “Trilha dos Lagos” e a “Trilha Ju-Kery”, picadas curtas q nascem logo no inicio da principal: a primeira, uma trilha gramada de 1500m (ida e volta) cruza pequenos lagos ate dar num lagão maior, onde há um mirante (acessível por uma escada feita de pneus q totaliza 220 degraus) com bela vista de td cjto ; a segunda, de apenas 750m, é a mais borocoxô de tds e se resume a uma volta q sobe um morro florestado, onde há predominância de bambuzais e pode se tropeçar com algum sagüi ou quati, q foi meu caso.
Após td esse trajeto me dei por satisfeito e assim dei adeus ao PE Juquery bem antes do planejado, as 14hrs. É verdade q qq info vai dizer q é preciso dois dias pra conhece-lo por inteiro, dividindo as trilhas como melhor convém, mas saindo bem cedo e tendo boa disposição é possivel fazer td em menos de um dia, como eu fiz. Com ou sem vara-mato, vc q termina decididno. Na volta, bastou me prostrar na frente do Corpo de Bombeiros e tomar condução de volta pra Franco da Rocha, pois andar 7km sob forte sol era impensável, embora acredito q fosse facil tb conseguir carona ate lá. Se no pque me esbaldei de água, na cidade me esbaldei de cerveja, já q a o “segundo liquido precioso e vital” tava bem barato no supermercado (e gelado!), q foi prazerosamente bebericado em td trajeto de trem q se seguiu.

Finalizando, cercado por uma vizinhança nada amigável e a pouca distância de uma densa urbanização q contrasta com seus largo e vastos horizontes, o PE Juquery infelizmente ainda busca reverter o fardo de ter seu nome imediatamente associado a sofrimento e desamparo por conta da sua antiga e extinta colônia penal. E está conseguindo. Originalmente o nome Juquery vem duma planta bastante comum nos banhados e várzeas do rio homônimo. É a “dorme-maria”, conhecida como “yukery”, q os índios utilizavam pra temperar alimentos por ser rica em sal. Com o advento desta área de preservação esta curiosidade e outras mais podem suplantar de vez o passado sombrio deste belo parque q hj disponibiliza sua preciosa paisagem pra td família e vislumbra novas possibilidades aos andarilhos determinados. Isso já é no mínimo um sinal de mudança. E de esperança de q a vida tb pode seguir outro curso.


Jorge Soto
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