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O RIO DAS TARTARUGUINHAS - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 08 de Setembro de 2011 20:14
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O RIO DAS TARTARUGUINHAS
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Nesse ritmo mais pausado chegamos ao fundo do vale, mais propriamente dito na confluência dos rios Solvay, Vermelho e das Pedras, ás 14:45hrs! Era um horário ate razoável e eu ainda fiquei tentado em dar uma rapida esticada á Garganta do Diabo, rio abaixo, local q não ia faz tempo. Só de mencionar essa possibilidade vi minha amiga fazer cara comprida, sinal q ela não tava mto afim naquelas condições. E pra ser franco devia ser realista: descondicionada, ela tava bem cansada e seu ritmo de caminhada agora era lento, sinal q não retornaríamos dentro do horário previsto pois ainda havia q subir td o o desnível perdido até então. Mas a gota dagua mesmo foi q do nada baixou um espesso nevoeiro q não permitiu visu além dos 30m, sem falar q besuntou de umidade as rochas no caminho!!!  “Salva pelo gongo hein, srta?”, disse pra ela, visivelmente respirando aliviada. Realmente foi a melhor coisa a fazer, afinal tb não havia pq submetê-la a perrengue nem riscos desnecessários, ainda mais com aquele calçado já a pto de se esfarelar e cuja sola já mostrava até uma língua de deboche pra quem o olhasse.
Daí começamos a escalaminhar aos poucos o Rio da Solvay, pulando pausadamente de pedra em pedra, escalando as encostas qdo havia necessidade de desviar de algum paredão vertical ou poção no meio do caminho. Assim deixamos o trecho aberto pra mergulhar na mata, qdo a declividade enfim aparentou suavizou. Pero no mucho, pois ainda faltava um “sobe e desce” no meio da mata. Antes da Cachu Escondida passamos até por um acampamento montado, mas onde não vimos sinal de ninguém.
A subida terminou, pra felicidade da Roberta (q até ali parecia arrastar a língua no chão), ao alcançar a clareira ao lado do Poço Formoso (ou Lago Cristal), as 15:45!! Lá nos presenteamos com novo pit-stop de descanso, com direito a tchibum no piscinão gelado, mergulho q nunca pareceu tão revigorante. Por motivos óbvios de auto-preservação da minha integridade fisica omiti da minha exausta e esbaforida colega q naquele mesmo bucólico, paradisíaco e plácido remanso havíamos sido assaltados década atrás, naquela nada saudosa trip conhecida como “Trilha do Assalto”, cantada em verso e prosa em mais de uma ocasião. Não q isso fosse acontecer, afinal os tempos mudaram e estão mais seguros desde então, mas não havia motivos de deixá-la alarmada e preocupada sem necessidade àquela altura do campeonato. Pois bem, donos absolutos do lugar, ficamos ali curtindo um tantão, nadando e proseando até o momento em q o sangue gelou e o frio começou a pegar de verdade, nos obrigando novamente a colocar em movimento, as 17hrs. O sol novamente dava as caras dissipando o nevoeiro q ate então conferia ao lugar um ar meio misterioso.
Costurando o restante do riacho por ambas margens, terminamos dando na estrada de acesso à trilha principal e posteriormente à de manutenção das torres de alta tensão da região. Dessa forma pisamos novamente no asfalto as 17:45, qdo começou a escurecer. Como dali ate a cidade eram apenas 3,5km tomei a liberdade de decidir “democraticamente” q voltariamos a pé, pra infelicidade da minha fatigada amiga e cujo semblante não se furtava em esconder seu desânimo por conta das pernas ressentidas de cansaço. Faltou pouco mas felizmente não avançou com ambas mãos em direção ao meu pescoço. Mas ainda assim a guria não se deixou abater e seguiu firme e forte, superando seus limites.
Resumindo, chegamos em Rio Gde da Serra as 18:40hrs quase cambaleantes e moribundos, feito zumbis, onde desabamos na padoca em frente da estação ferroviária, claro. Nossa suposta breve parada de 10min se esticou por mais e mais tempo, e assim mandamos ver sem mta dificuldade 4 garrafas de breja e 2 pacotões de salgados, onde comemoramos a trip mas principalmente o fato da Roberta tê-la concluído com garra e determinação. Preguiçosamente, deixamos o lugar um pouco antes das 22:00 pra chegar em Sampa somente uma hora depois. E claro, com tempo suficiente pra Roberta realizar um funeral digno de chefe de estado pra aquilo q já chamara de tênis de corrida. Nada mais justo e nobre como agradecimento pelos seus inúmeros serviços prestados. E nada melhor q esse último suspiro fosse numa trip de garbo e elegância pelos arredores serranos de Paranapiacaba.

E assim foi nossa incursão pelo pacato Córrego das Tartaruguinhas, no qual não vimos menor sinal do pequeno réptil q lhe empresta o nome. De qq forma, como foi dito no inicio deste relato, não deixa de ser mais uma alternativa pra bate-volta q pode ser emendado com qq outro programa da região. Com direito a mto visu e agua em fartura. Sendo assim as possibilidades são inúmeras, onde sempre será viável escancarar novas perspectivas de rotas pra trilhas tradicionalemente conhecidas. Só assim mesmo pra conhecer esta região a fundo, tal qual os pequenos cágados q perambulam anônimos e desapercebidos por seus incontáveis remansos ribeirinhos.


Jorge Soto
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