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TRAVESSIA DA SERRA DA PEDRA AGUDA PDF Imprimir E-mail
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Escrito por Jorge Soto   
Qua, 24 de Agosto de 2011 12:56
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TRAVESSIA DA SERRA DA PEDRA AGUDA
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Referência do montanhismo de Itajubá (MG), a Pedra Aguda é o pico mais freqüentado na região além de ser responsável por formar a maioria dos trekkers locais, e detentor de um cume de 1575m passível de ser conquistado através de conhecida trilha, porém curta. Situada na serra do mesmo nome e com panorâmica grandiosa do Vale do Sapucai, o q a maioria desconhece é q seu topo é possível tb de ser alcançado mediante uma árdua travessia q passa por tds os cumes de sua escarpada e acidentada crista. É a Travessia da Serra da Pedra Aguda, programa semi-selvagem pra um dia corrido e enxuto. Ou se preferir pra dois, bem tranqüilos, com direito a pernoite no cume da pedra  tendo como paisagem a pacata cidade sul mineira repousando aos seus pés.

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         Jorge Soto no topo da Pedra Aguda


A Pedra Aguda era um programa q há tempos desejava realizar mas sempre faltou oportunidade ou cia apropriada pra encarar. Já sabia da existência deste pico por conta de amigos do Clube Montês Itajubense, mas bastou seu presidente, o Orlando Mohallem (da Triboo Equipo e Aventura), me passar as dicas necessárias pra ida à montanha tornar-se obrigatória. Mas não chegar ao cume  pela trilha "normal" e curta, programa q tds fazem em menos de 2hrs, partindo do Km 10 da Estrada de Anhumas. A dica da travessia de 12km começando da própria cidade e percorrendo td extensão da serra era muito mais interessante pelos atrativos de td seu percurso. Pronto, além de encarar um roteiro menos conhecido foi a deixa pra sair um pouco do eixo Mogi-Paranapiacaba, assim como aproveitar um pouco a temporada de montanha, mesmo q nos finalmentes. Em tempo, não se trata da montanha homônima em Sapopema (norte do PR), o Pico Agudo, situado na Serra dos Agudos, o q normalemente gera confusão. Trata-se de sua "xará" sul-mineira.
A promessa de bom tempo pro fds era medonha, o q afastou boa parte da supostos integrantes "confirmados" na trip. Bundões. Pra quem ta realmente afim e determinado a encarar um perrenguinho, mesmo q molhado, não existe tempo ruim. E basta apenas uma pessoa pra trip tornar-se viável. Dessa forma somente eu e a Débora chegamos em Itajubá lá pelas 10:10hrs, abraçados pelo calor de uma nebulosidade clara predominante naquele fim de manhã de sábado.
Perguntando aqui e ali do Bairro da Medicina, logo da rodovia avistamos nosso referencial de inicio de trip, as antenas da Panorama FM, coroando um morrote. Dali bastou adentrar no bairro, na altura do conhecido Bar do Valdomiro, e estacionar o mais próximo possível do sopé da colina. Pronto. Itajubá é uma cidade tranqüila e segura, situada a 845m acima do nível do mar. Deixamos então o veiculo defronte a casa de um tiozinho q nos deu total garantias disso e q não havia erro naquele bairro, predominantemente residencial.
E lá fomos nos, subindo as ruas em direção as antenas da radio, as 10:30, bem devagarzinho. Devagarzinho pq as mochilas estavam bem pesadas e volumosas. Além da barraca carregávamos td nosso estoque de água pra dia e meio. A dica de q a serra era totalmente seca e isenta do precioso liquido era fundamental pra não passar aperto no alto. E lá cada um levou algo em torno de 3L ou 4L nos cantis.
Da rua logo iniciou-se uma subida por uma estrada de terra, sempre ganhando altitude, ate finalmente chegar na tal Panorama FM, onde um carro de som anunciava em alto volume o "imperdível show do João Bosco & Vinicius". Pois bem, passamos batido a frente da radio, contornando-a pela direita, cruzamos uma porteira e dali foi so subir uma precária estradinha de terra morro acima. Estradinha q logo tornou-se um precário carreiro de boi galgando sucessivos cocorutos de pasto seco em meio ao capinzal queimado. E assim, olhávamos por sobre o ombro e vislumbrávamos Itajubá ficando cada vez menor a cada passo dado. Apesar do dia nublado o calor é quase palpável, e num piscar de olhos o suor corre farto pelo rosto e ensopa nossas costas mochiladas.

aguda8As 11hrs ganhamos o alto dos 1085m do morro, convenientemente chamado de Morro das Antenas. Após cruzar uma porteirinha de ferro e passar por entre as casinhas das torres, tomamos sentido sudeste, sempre pela crista, atraves do pasto ralo seja por trilha ou estradinha precária de terra. No topo do morro cruzaremos uns eucaliptos cortados e nosso caminho passa a perder altitude indo de encontro ao selado abrupto desta crista principal. Este trecho é bastante "minado" por sujeirinhas de bovinos, das quais desviamos sinuosamente.
A partir dali, agora numa estradinha bem ruim de terra, iniciamos subida forte de modo a ir de encontro ao par de torres de alta tensão já avistadas desde antes de chegar no selado. No meio delas, as 11:40hrs, procuramos no mato ressequido vestígios de trilha, q é facilmente encontrada por meio das marcações de fitas coloridas. Mas mal nos embrenhamos na vegetação q nos deparamos com uma enorme muralha de granito quase vertical barrando nosso avanço. Contudo, tateando pela esquerda da mesma descobrimos saliências e a agarras na rocha q possibilitam nossa ascenção com relativa segurança. Mas logo estas somem e nos vemos escalaminhando feito calangos uma extensa lage inclinada, felizmente de boa aderência ao calçado. O ultimo trecho verticalizado da escalada é feito através de uma corda estrategicamente ali disposta, q por sorte não demanda nenhum conhecimento técnico.
Uma vez no topo da pedra tomamos o resto de trilha e pronto, logo nos vemos nos 1080m do cume florestado do Morro da Canastra. Dali serpenteamos a crista em meio a muita mata ressequida com vestígios recentes de queimada. Mas após uma enorme clareira cercada de um respeitável arvoredo começa uma descida bem forte rumo a próxima montanha, o Galinzé. Atraves de frestas da mata tb é possível avistar tb o Pico do Galo, um enorme e imponente maciço bicudo destoando da crista principal. Contudo, a descida rumo o selado da crista é dificultada pelo chão de terra solta se esfarelando ao menor movimento, razão pela qual nossa perda de altitude foi vagarosa pois sempre estávamos em busca de apoios na vegetação ao redor pra não rolar ribanceira abaixo. No caminho, o som da algazarra de macacos num fundo vale ao lado quebra o silencio até então de nossa trip matinal.



 
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