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TRAVESSIA NA SERRA DA CANTAREIRA PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 07 de Julho de 2011 20:48
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TRAVESSIA NA SERRA DA CANTAREIRA
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Vivi descansando nas raízes malucas

Por Jorge Soto

 A Serra da Cantareira tá podendo. Escondida na Zona Norte de São Paulo e a apenas 10km do centro, o Pq Est. da Serra da Cantareira é tb uma surpresa numa das maiores metrópoles do mundo. Isto pq pouca gente sabe q o local, além de oferecer caminhadas bem sinalizadas, mirantes naturais e até pequenas cachus, oferece diversas possibilidades de travessias numa generosa área q abrange quase  7900 hectares.

Uma delas foi feita com sucesso este último domingo e partiu da Estrada do Juqueri, rasgou o miolo do parque passando pelo mirante da Pedra Grande, e culminou na Estrada da Sta Inês. Uma travessia legitimamente selvagem a apenas meia hora da selva de pedra paulistana, feita na maior reserva florestal urbana do mundo.

Já fazia mais de uma década q não retornava à Cantareira por julgá-la próxima e urbana demais, tanto q o recorte de sua silhueta é visivel da janela da minha sala em dias limpos. Mas é aquela coisa: nosso quintal a gente sempre deixa pra conhecer depois. E depois... Isto se estivermos vivos até lá, claro. Mas bastou o Nando ficar no meu ouvido comentando da possibilidade de pernadas maiores pela região q tornou a rescender meu interesse pela Cantareira. Não q julgasse isso impossível, mas o simples fato do parque se situar próximo da perifa e "otras cositas más" desestimulavam qq intento nesse sentido. Contudo, sabendo q havia mais gente interessada - logo depois apareceu o Fabio tb  - nessa eventual rota q já fui planejando datas pra meter as caras na mesma em definitivo.

cant3na foto: Laureci, Vivi, Fábio e Fernando no remanso bucólico

E a tal data convergeu pra ser neste ultimo domingo, qdo eu, Nando e Laureci nos encontramos no Terminal Santana do Metrô, às 9:30. Imediatamente embarcamos no busão "1786 - Vila Albertina" com destino ao pé da serra, viagem pra lá de rápida e não consumiu nem meia hora. Saltamos na primeira padoca da Vila Albertina q por sinal não podia ter nome mais apropriado, "Padaria Cantareira", onde tomamos um rápido café com deliciosos pães-de-queijo enqto aguardávamos o Fabio e a Vivi. Daqui já é possível avistar a Serra da Cantareira, mas a manhã totalmente nublada permitia apenas uma vista opaca e cinza pra qq direção q se lançasse o olhar. Em tempo, estamos na cota dos 700m.
Qdo o audacioso quinteto enfim estava completo, pra evitar a longa caminhada (de mais de uma hora!) até o inicio da "trilha", Dna Sandra (a mãe do Fábio) fez a gentileza de nos dar carona até lá, nos poupando bons kms de entediante pernada. Dessa forma nos esprememos feito sardinhas no exíguo espaço do Pálio verde-limão e lá fomos nós, subindo devagarzinho o íngreme asfalto da SP-146, a tal "Estrada do Juqueri". Num piscar de olhos o cinza das ultimas casas do bairro deram lugar ao verde da mata ao redor, sinal q estávamos já nos domínios da Cantareira. Por sua vez, a espessa bruma à nossa volta cunhava desde o inicio a previsão meteorológica, isto é, nebulosidade total pra aquele dia. Bem, desde q não chovesse tava valendo.
Saltamos do veículo as 10:15 em frente as torres da Embratel já no alto da serra, ou seja, na cota dos 980m. Ajeitamos as mochilas e anorakes, calibramos o GPS  e cadarço das botas, e lá fomos nós. Enqto observávamos a mãe do Fabio dar meia-volta pra retornar, a gente se embrenhou na mata à beira da estrada pra dar inicio oficial à pernada. Desnecessário dizer q não existe trilha alguma, pois apenas buscamos um jeito de adentrar na mata onde desse, pois aqui o mato é denso e a vegetação, espessa. O lixo em abundância neste trecho inicial tb sabe orientar onde "não" se deve andar.
Os primeiros metros foram até q bem tranqüilos e sossegados, e logo o borburinho da movimentada estrada asfaltada dá lugar ao som das cigarras, passarinhos e do quebrantar da mata diante nossa passagem. Após a espessa vegetação inicial a pernada logo transcorreu de forma desimpedida, em suave declive e com obstáculos facilmente contornáveis, no q pareceu ser uma vala dágua coberta de folhas q logo desapareceu. A partir dali a orientação básica era sempre pra oeste, direção esta fornecida sempre pelo "brinquedinho" do Nando já q eu havia esquecido de trazer minha inseparável bússola. Um erro meu, diga-se de passagem.
Descemos um tanto ate encontrar resquícios de uma pequena nascente onde borbulhava água límpida, logo após uma clareira. Mas logo a piramba tornou-se evidente nos obrigando a contornar o fundo vale a nossa frente pela encosta esquerda, ganhar uma crista e em seguida descer mais um tanto. Felizmente sem gdes dificuldades de avanço, pois o bucólico bosque de mata secundária palmilhado é de fácil transito, e os trechos fechados de emaranhados de bambuzinhos ou de árvores tombadas são facilmente contornáveis.
Após ladear e subir uma nova encosta ingreme, sem perder nunca o sentido oeste, a pernada aparenta nivelar noutra crista florestada, já na cota dos 1000m. Surgem então novos obstáculos sob a forma de enormes e grossos bambus secos, q estouram ruidosa e crocantemente diante nossa passagem. "Cuidado q pode ter marimbondos!", alerta Nando, deixando a tds ressabiados. E assim fomos avançando de boa, ganhando valiosos metros a medida q o tempo passava.



 
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