Nesta temporada passada, no Aconcágua (6.962 m), teve uma menor freqüência de pessoas e por incrível que pareça, um maior numero de acidentes, com morte Para se ter uma idéia aqui segue um resumo em cifras do que aconteceu nesta montanha.

Quem conhece a historia dessa montanha, fica pasmo em ver o volume de acontecimentos que ocorrem a cada temporada. Vários são os fatores que ajudam com que isso aconteça. Entre outros, o fato desta montanha ser de fácil acesso, de estar justamente no limite onde uma pessoa comum pode enfrentar o ar rarefeito sem o auxilio de oxigênio suplementar e toda uma infra-estrutura de apoio que esta a disposição durante a escalada; resgates, abrigos, pessoas indo e vindo Tudo isso cria uma falsa idéia de segurança.

Varias causas podem explicar esta situação, uma delas é que, as condições meteorológicas não foram boas, com nevadas de vários dias e registraram-se, seis vítimas mortais, igual que na temporada de 2008/09. Na temporada do ano passado só houve uma morte. Foram, 197 resgates, dos quais, 46 foram complexos, quer dizer, muito trabalho para administrar o grande volume de pessoas que freqüentam o parque hoje em dia. Esta cifra foi que diminuiu: fizeram 209 resgates na temporada anterior e 280, duas  temporadas atrás. Provavelmente, o fato de ter tido um menor numero de pessoas, se justifica pelo fato de que, com o aumento dos resgates e da necessidade de uso de helicópteros, os resgates passaram a ser cobrados (e muito caros) e também pelo fato, do aumento do valor da permissão para escalá-lo, diminuiu consideravelmente  o numero de aventureiros que se propunham a escalá-lo.

Depois de 10 anos se concluiu a limpeza do parque. Construíram mais 2 refúgios, um  a 3800 metros, na "Quebrada de lãs Vacas"e o outro a 6000 metros, uma doação de uma família Italiana.

Graças a um crescimento (de 20 a 37%) do público que acende  a montanha, desde a "Quebrada de las Vacas", as rotas, "Plaza de Mulas e a rota Normal" não estiveram tão congestionadas.

 Esta temporada, 600 pessoas a menos, fazendo trekking e 300 pessoas a menos, atacando o cume,  se  comparamos com a temporada anterior. As cifras finais foram: 6.298 somando ambas as atividades, dos quais uns 85% foram estrangeiros, 3.498 tentaram o cume e 2.800 fizeram trekking. Seguindo com as estadísticas: 33.000 pessoas visitaram a "laguna de los Horcones", na porta de entrada do Parque e 80.000 estiveram no parque, abaixo da cota dos 3.000 m.

Em 3 de fevereiro, o guia peruano, Holmes Pantoja Bayona, quebrou o record de ascensão, desde a "laguna Horcones" (2.850 m) até o cume e regresso a" laguna", com u tempo de 20 horas e 35 minutos. Desde "Horcones" até o  cume (4.112 metros de desnível) levou 13 horas. O recorde anterior, era do conhecido alpinista Willie Benegas, com um pouco mais de 23 horas.

Com certeza essa montanha ainda nos revelará fatos bastante inusitados e principalmente pelo fato de ser de fácil acesso e da falsa idéia que o Aconcágua seja uma montanha domada (o que justifica o grande volume de acidentes e de pessoas que querem escalá-la). Talvez com o aumento dos preços das taxas que envolvem escalá-lo, esses números diminuam consideravelmente. Há 20 anos, uma equipe de europeus tentou escalá-la, todos tiveram "Puna, o mal das montanhas" e somente o cozinheiro da expedição chegou ao cume. Coisas do Aconcágua.

Fonte: Desnivel.com