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SERRA DO MEIO: DE VOLTA À “TRILHA DO ASSALTO” PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 31 de Março de 2011 02:19
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SERRA DO MEIO: DE VOLTA À “TRILHA DO ASSALTO”
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cris4Há dez anos atrás tive uma desagradável experiência de bate-volta próximo de Paranapiacaba na cia de outras 15 pessoas q ficou tradicionalmente conhecida como "Trilha do Assalto", q por razões auto-explicativas fez com q deixasse de ir à região por um bom tempo. E por ainda estar recém conhecendo aquelas bandas sempre acreditei q aquele fato havia ocorrido à sudoeste da Serra do Mogi. Equivocadamente claro, pois neste último sábado tive a plena confirmação de q o incidente acontecera à nordeste da Serra do Meio, já nos limites municipais, q juntamente com a de Mogi, do Poço e de Cubatão integram os contrafortes sucessivos q atendem pelo nome de Serra de Paranapiacaba. E o q era pra ser apenas uma exploração perrengo sa daquela região terminou refazendo involuntariamente, num bate-volta bem molhado, os passos daquela inesquecível e nada saudosa desventura de março de 2001.
"Imprevistos. Não vou poder mais ir com vcs. Boa trilha.", escancarava o torpedo q a Lu me enviava logo cedo naquela manhã cinza e preguiçosa de sábado. Tb pudera, quem se animaria a sair pro mato naquelas condições pouco favoráveis, onde uma garoa fina fustigava o rosto com respingos gelados? Nós, claro. Com uma integrante a menos, sobravam eu e o Carlos "Mamute" agora desembarcando em Rio Gde da Serra as 7:45hrs, indo de encontro c/ Clayton e Fernando q nos aguardavam tomando um rápido desjejum na tradicional Padoca Barcelona.

 

 

 


Após engolir pães-de-queijo entre goles de café, corremos de imediato pra não perder o latão q recém-partia p/ vila inglesa, pontualmente as 8hrs. Hippies, locais, coreanos e até mendigos dividiam confortavelmente os poucos lugares ocupados no busão, q em dias ensolarados se espreme de ge nte saindo pelas janelas. Num piscar de olhos deixamos a cidade pra então tomar a retidão do asfalto rasgando a enorme planície verdejante, onde os cumes de seus suaves morrotes eram encobertos pela serração habitual de dias chuvosos.
Mas não deu nem 10min de viagem q passados 2km após a Solvay desembarcamos em frente às fumegantes chaminés da industria petroquímica Elclor, à esquerda do asfalto.. A chuva fina caia sob o rosto já nos dando uma prévia do q viria, jogando uma pá de cal no restante de nossa tola esperança do tempo melhorar. Felizmente está td ensacado dentro das mochilas e sendo assim ignoramos a entrada da tradicional "Trilha da Fumaça" (ou "do Lamaçal") retornando pela estrada algo de menos de 1km até adentrar noutra picada, onde um monte de entulho parecia barrar a entrada de trilheiros.
Uma vez na chamada "Trilha dos Jipeiros", q adentra na planície em meio a mto charco, brejo, lama e poças fétidas, basta tocar pro sul indefinidamente. A trilha sonora da pernada é embalada pelo chapinhar na água e respingos de chuva q só é quebrada pelo zumbido eletrostático ao passar sob torres de alta tensão, assim como pela animada conversa de causos e principalmente fofocas,  com destaque pro "affair" nórdico do Clayton. O avanço é rápido, tranqüilo e desimpedido, e após andar um tanto o terreno mostra sinais claro de erosão e da mata arbustiva aumentar de tamanho. Estamos enfim entrando na floresta.
Nossa esperança de manter os pés secos se dilui ao ter de cruzar o primeiro riozinho com água até as canelas, uma vez q os troncos sobre um enorme tubulação de cimento q serviriam de ponte se encontram totalmente lisos feito sabão. Emergimos no aberto apenas pra picada agora acompanhar as torres de alta tensão e depois mergulhar outra vez na mata fechada, agora descendo suavemente num chão repleto de limo escorregadio. Desembocamos então noutro riozão, q é atravessado facilmente com água acima das canelas, e dar continuidade à ca minhada pela outra margem.. Mas logo a picada vira pra direita mas nos tomamos outra menos obvia saindo pela esquerda q acompanha a margem direita do rio anteriormente cruzado. Este rio será nossa referencia pro restante da trip.
Na sequência a caminhada alterna ambas margens do rio, nos obrigando a cruzá-lo em ziguezagues umas 4 vezes. Se andar pela margem não tem problema algum, as travessias do mesmo já são feitas com calma e cautela devido a forte correnteza; os pés devem saber pisar firme no fundo pedregoso, pois basta perder o equilíbrio ou pisar em falso q é tchibum na certa! Ate ali já estávamos ensopados dos pés à cabeça e o q nos mantinha aquecidos era a adrenalina q certamente corria pela corrente sangüinea.
Após costurar o rio um tanto terminamos dando num trecho marcado por uma clareira, onde a picada desembocou noutra clareira maior q imediatamente reconheci. Fora ali onde havíamos sido assaltados há dez anos atrás! A clareira assinalava a beirada do plan alto e era ali onde o rio despencava serra abaixo numa sequência de cachus enormes, cujos estrondosos rugidos eram ouvidos de longe! Antes, porém, um enorme e convidativo poção imediatamente trouxe a antiga lembrança de qdo havia mergulhado em sua gelada água. Esse aí é o tal "tanque" q nomina a trilha, tb chamado de "Lago Cristal", de onde tb pende agora uma corda de uma arvore pra quem quiser um mergulho mais adrenado. Pra nossa surpresa, na enorme clareira havia um grupo de moleques aparentando montar alguma tenda pra se proteger da chuva, ao lado de mto lixo. "Aí truta, ce tem um cigarro aí?", um deles dirigiu a palavra pra mim, pra depois ouvi-lo dizer pro amigo q a maconha dele havia molhado. Assim q percebemos q estavam entupidos de "cannabis" na cabeça, acenamos pra eles e pulamos fora. Pois é, é esse tipo de "gente" q queima o filme dos trekkers responsáveis e emporcalha as trilhas..



 
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