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O CIRCUITÃO METALEIRO DO TOBOGÃ - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qua, 30 de Março de 2011 19:26
Índice do Artigo
O CIRCUITÃO METALEIRO DO TOBOGÃ
Página 2
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Após cruzar dois córregos e começar a descer em largos ziguezagues, desembocamos noutra picada maior de carvoeiros q logo reconhecemos como sendo aquela q dá a volta na serra (pelo meio). Retrocendendo um pouco por ela vamos de encontro com o som de muita água correndo nalgum lugar, cruzando a trilha. O Carlos já havia me o contado q agora o local é visado pelos guias e monitores da vila em virtude da restrição de acesso ao Vale do Mogi. E isso, alem de outros fatores, pode ser constatado no pouco de lixo encontrado como nas enormes clareiras abertas q final do ano passado inexistiam, clareiras de deixar palco de show do AC/DC no chinelo.
Mas vamos à cachu propriamente dito. Acompanhando o riacho serra abaixo por outra trilha menos obvia, logo as 11hrs caímos na parte alta da Cachu Tobogã, queda q sempre ouvi nas tantas ocasiões em q por aqui passei, e q nunca explorei com mais atenção. Este córrego é um dos vários cursos dágua q despencam desta encosta e alimentam as nascentes do Quilombo. Ele despeja sua agua sobre uma pedra num pequeno poço, q corresponde ao primeiro nível da cachu. O segundo nível lembra muito a Pedra Lisa, pois a agua cai de uma laje arredondada por um alto paredão, q la em baixo se afunila num pequeno cânion.
Pois bem, daqui teríamos q chegar ao fundo do vale de algum jeito. O Carlos já tinha feito umas explorações pelos arredores e sugeriu descer inicialmente atraves da continuidade da picada de acesso ao primeiro nível da cachu. Ladeando a mesma há de fato vestígios de trilha q descem a encosta íngreme repleta de bambus, uma vez q é impossível fazê-lo pela cachu em virtude de seus alto paredões rochosos quase verticais. Desescalaminhando então a encosta e nos firmando na vegetação à disposição damos na base da cachu, uns 30m abaixo. La se tem uma vista geral do lajedão enorme pelo qual escorre a água, afunilada por um pequeno cânion ate ser represada num poço, ao final. Dali o rio prossegue sua rota serra abaixo alternando trechos verticalizados com outros menos pirambeiros. Por conta disto preferimos evitar andar rente o mesmo optando pelas encostas q o bordejam, q são mais suaves e menos abruptas, por assim dizer.
Dessa forma perdemos altitude num piscar de olhos, vencendo íngremes encostas aos ziguezagues e cristas sucessivas, onde o terreno parece suavizar pra logo verticalizar e seguir no mesmo compasso anterior. Felizmente, o rabicho de trilha é quase evidente (embora mtas vezes tomado pelo mato devido ao desuso) sempre acompanhando o rio em seu trajeto morro abaixo, ora afastado ora próximo. As vezes o rastro se perde nos ombros serranos com mais vegetação, mas farejando aqui e ali reencontramos sua continuidade. No caminho, sempre o visu das corredeiras encachoeiradas e enormes quedas dágua do rio ao lado, assim como a presença de imponentes arvores e grandiosas formações rochosas do outro.
Após um tempo nesse mesmo compasso o terreno arrefece, a vegetação aumenta e a suposta picada some de vez. Capitaneados pelo Carlos, vamos avançando sem gdes dificuldade em meio a mata alta, acompanhando o q pode ser a continuidade da trilha mas q na verdade é um curso dágua seco, desviando das pirambas, voçorocas espinhentas ou trechos mais acidentados. Vontade de descansar não falta, mas os pernilongos não permitem pausas demoradas, apenas o suficiente prum gole do precioso liquido pra refrescar a goela. Mas o som cada vez mais alto de agua em profusão indica q já estamos próximos do nosso destino. Ate q uma enorme cachu no rio nos recebe com um som tao ensurdecedor qto a guitarra do Metallica.
Dito e feito, após um ultimo trecho de vara-mato e pouca escalaminhada, desembocamos nos rochedos q pontilham a confluência dos rios Anhagabaú com a junção das nascentes do Quilombo, as 13hrs. A dia de sol radiante deu lugar a uma nebulosidade clara e o alto da serra é encoberto por uma serração q parece engrossar cada vez mais. No entanto não há pressa alguma agora, o momento é de descansar e beliscar alguma coisa. De fato, estávamos bem adiantados uma vez q nossa previsão era de termos mais dificuldades pra chegar ate ali. Menos mal.

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Refeitos, começamos o retorno as 13:45 apenas subindo a encosta na qual nos encontramos, acompanhando o rio. Já estivera ali noutras duas ocasiões e imediatamente reconheci as lonas e vestigios do " Rancho 71" , um antigo acampamento da caçadores (ou palmiteiros, não sei) desativado.. Daqui bastou tomar uma picada obvia q foi ganhando altitude rapidamente atraves de íngreme piramba. Apesar de irmos sem pressa o suor não tarda a correr farto pelo rosto, e inúmeras paradas são feitas em td trajeto pra retomada de fôlego. Devagar porem sempre, claro.
A neblina tomou rapidamente conta do vale no momento em q ganhamos a crista serrana, por volta das 15hrs, onde podemos ouvir os dois rios em vales opostos uma ultima vez. Meia hora depois alcançamos a "bifurcação das bananeiras", cruzamos com nossa segunda cobra na trilha e, ainda abraçados por uma névoa q parecia saída de um clipe do Ozzy Osbourne, nos brindamos uma breve parada pra apreciar um enorme pé-de-cambuci, cujo fruto resulta numa pinga e trufa espetaculares.
As 16:50 finalmente caímos na estrada pra, sem pressa alguma e já visivelmente cansados, chegar na vila inglesa envolta em seu tradicional "fog" londrino e desabar no Lgo dos Padeiros, as 17:30. Zarpamos dali beeeem depois, uma vez q lá encontramos o Nando proseando animadamente com o Cazuza, riponga-ermitão ilustre e figurinha carimbada de Paranapiacaba, q nos brindou inclusive com um "dueto acústico" dos Ramones. Yeahh! Peralá, com um som ao vivo desses quem precisa de show da "Donzela de Ferro", não é? E entre goles de pinga, cerveja e refris, beliscando pasteis e um "Xis-miséria", e com musica ambiente beirando o mais puro rock (embora meio desafinado, diga-se de passagem) assim finalizou nosso circuito trilheiro punk-metaleiro dominical, com direito até bis no quesito gorós. Enfim, eis o "Circuitão do Tobogã" ou do "Banquinho". Uma trilha q começou no Tobogã e terminou de um jeito ou de outro, no metal.

Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html
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