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CIRCUITÃO PELO ALTO QUILOMBO - Página 3 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Ter, 15 de Março de 2011 00:36
Índice do Artigo
CIRCUITÃO PELO ALTO QUILOMBO
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tpica casa de paranapiacaba

Num determinado pto do rio, houve necessidade de cruzar à outra margem do rio pois um enorme paredão vertical de rocha
guardando um fundo poção se interpunha por onde originalmente íamos. Isso no exato momento em q começou a chover de leve. E
esse processo foi se repetindo continuamente, nos obrigando a ir "costurando" o rio conforme dava. No caminho, enormes e
imponentes blocos de pedra represavam mtos piscinões formando mini-cachus, resultando num dos trechos mais bonitos do
trajeto. Foi tb por aqui q nos separamos do Totó, q não conseguiu nos acompanhar num setor onde havia q entrar no rio com
água ate a coxa ladeando uma enorme rocha, pra depois cair numa encosta menos íngreme.
O tempo passou e nesse compasso inabalável fomos avançando rio acima, no exato momento em q a chuva dava uma trégua. Após
ladear uma enorme rocha com água ate a cintura, tivemos um breve descanso na margem esquerda do rio afim de remover a areia
das botas e evitar q tivéssemos os pés esfolados, as 14:20. Foi aqui q fui dar uma olhada na encosta e descobri uma trilha
bem marcada q acompanhava o rio na direção desejada. Uhúúú, chega de ralação! E assim demos continuidade à pernada pela mesma
rio acima com velocidade e agilidade maior, sempre prestando atenção à direção apontada pela bússola. Eventualmente a vereda
subia e descia encostas, afastando-se do rio, q por sua vez era sempre audível, mesmo á distância.
Mas foi ai q a picada desembocou noutra, e depois noutra e assim sucessivamente. Q direção tomar então? Se perder na Serra do
Mar é uma das coisas mais fáceis q há, principalmente qdo não se tem à disposição GPS. Mas qdo se tem algo mais funcional e q
dispensa baterias, o cérebro, basta apenas colocá-lo pra funcionar com auxilio de uma carta e bússola. Nas bifurcações bastou
apenas tomar o ramo q juntasse as 3 condições a seguir: q fosse mais batida, seguisse na direção desejada (norte) ou apenas
acompanhasse o rio,mesmo á distância, sem gdes dificuldades.
O fato é q cruzamos pela ultima vez o Rio Quilombo, agora bem menos largo q antes, e em sua outra margem foi só acompanhar
uma picada recém-roçada q desembocou num largo aceiro ao sopé de um enorme reflorestamento de eucaliptos. Sinais óbvios de
"civilização" sob a forma de papel de bala no chão não deixam mais duvidas q rumo tomar corroboram nossa intuição. Como
reflorestamento é sinal de fazenda bastou acompanhar o aceiro até q caír numa precária estrada de terra, as 15:15hrs.
Descendo pela mesma a encosta de um gde morro, atravessamos agora o largo Córrego Taiaçupeba com água ate o calcanhar e
terminamos dando na sede do Sitio Quilombo.
Sob o olhar amarrado do capataz da fazenda, conseguimos carona na caçamba de um caminhão q recém deixava o local. Uhúúú! Esta
trepidante e sacolejante carona foi decerto bem dolorida pros nossos traseiros, mas q compensou por nos poupar bons kms de
pernada de volta como nos proporcionar mais um momento "aventura" de onde saímos imundos de serragem. Após passar o Camping
do Simplão e a decrépita Capelinha Sto Antonio, o caminhão nos deixou na Estrada do Taquarussu, pela qual retornamos sem
pressa, numa velocidade q deixaria uma tartaruga manca ou uma lesma preguiçosa coradas de inveja.
As 16hrs alcançamos a Vila do Taquarussu, onde o lilás e amarelo das quaresmeiras destoando do tapete verde q emoldura a
serra do entorno, a charmosa igreja Sta Luzia parecia nos receber tal qual andarilhos peregrinos. Lembrando um presépio
semi-abandonado, o vilarejo - composto de uma capela, um jardim c/ coreto, um lago e um punhado de casas - surgiu com a vinda
de trabalhadores italianos numa mineradora desativada q explorava carvão, durante a 2ª Guerra Mundial.
Após algumas fotos retomamos a pernada rumo Paranapiacaba, onde finalmente chegamos as 17:10 já com a vila inglesa fazendo
jus ao nome, isto é, encoberta pelo seu típico nevoeiro de final de tarde. Desnecessário mencionar q o Murilo chegou se
arrastando ao vilarejo, mas sentindo-se vitorioso por concluir o programa proposto sem dar um pio sequer. Na verdade
estávamos tds moídos de cansaço, e desabamos numa das mesas do Lgo dos Padeiros onde meia dúzia de turistas tb curtia aquele
sabadão acizentado no alto da serra. Mandamos ver salgados e brejas pra comemorar a trip, pra somente hr depois embarcar no
latão e trem de volta pra paulicéia desvairada. Foi ai, com o corpo frio e sem a adenalina da trip, q senti a coxa latejar.
Mas e daí, isso não era nada mais q lembrança mais q merecido, não?

Embalados no mundo dos sonhos, uma certeza era a de q o pedal marcado pro dia sgte pelos meus dois companheiros de bate-volta
certamente daria lugar a um domingo esticado sob as cobertas, regado a um descanso prolongado bem mais q merecido. Pois no
final tds haviam saído satisfeitos: a Karina, por matar suas saudades da antiga vila e constatar q não mudara mta coisa desde
então, a não ser as atuais restrições de acesso a trilhas outrora liberadas; o Murilo, q não vê a hora de retornar num
roteiro menos pauleira pela região e se calçar melhor pra atividades mais radicais munido de cartelas de Dorflex; e
finalmente eu, por selar em definitivo minha intimidade com uma das mais belas e cênicas bacias hidrográficas da Serra do Mar
paulistana. E isso a apenas 40km do caos e stresses da urbe metropolitana.

Jorge Soto
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