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TRAVESSIA NA ESCANDINAVA PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Angelica Soto   
Sex, 10 de Setembro de 2010 13:20
Índice do Artigo
TRAVESSIA NA ESCANDINAVA
PÁG.2
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 Desta vez, um relato de uma mulher e na Escandinava!!! 

Angelica Soto irmã do Jorge, divide conosco sua aventura!!!

Visual 

Esperamos que esta seja sua primeira e de muuuuitas aventuras!!!
Será sempre um prazer em publicarmos todas as próximas.
Bons ventos!!!


Ansiedade. Era esse o nome do sentimento que me tomou na véspera. Compreenssivel, pois era minha primeira incursão no mato e pra alguem habituado a pontes aéreas, vida doméstica, reuniões do trabalho e shopping centers o programa que havia me proposto ia no sentido totalmente contrario à rotina do meu dia-dia. Mas encarei mesmo assim, decidida a que não passaria sem essa experiência. Encorajada por todos, ouvi algumas dicas e sugestões do meu irmão Jorge, respirei fundo e seja o que Deus quiser.


O nome da travessia que fariamos é uma tal de "Storulvån - Blåhammaren - Sylarna ". Isto fica na Suécia (a mais de 7hrs da capital) quase na fronteira com a Noruega e uma visão de uns dos triângulos mais famosos para fazer Hiking na Suecia segue abaixo no link
http://jorgebeer.multiply.com/photos/album/127#photo=36


Tudo comecou bem cedo. Lá estavamos eu, Pia, Anna-Åsa, Anna & Camilla. A Pia e eu somos as unicas que nunca tivemos esse tipo de experiência. Sabadão as 4 da matina todas nos encontramos na casa da Anna e embarcamos na van da Camilla com destino ao norte da Suécia. Tinhamos mais de 600km de asfalto mas gracas ao horário que saimos a viagen foi rápida e tomou apenas 6,5hrs. Logo nos ultimos 500m já desde o carro podiamos ver alces.... do lado da estrada!


O nosso ponto de partida foi Storulvån, ja que esta "Station"(tipo um albergue chiquezinho) tem toda a infra de comida, banheiros, chuveiros, etc..e estacionamento, claro. Como ja eram aproximadamente as 13hrs e ainda tinhamos 12km para andar, decidimos almocar no caminho mesmo.


Enfim comecava a caminhada. Os primeiros metros tranquilíssimos, com direito a madeira no solo para andar, e ct.. mas logo em seguida veio a subida... 2km de subida regada a pedras, as quais demandavam um pouco mais esforço que o normal. Para mim, que não pratica nada foi realmente punk, mas logo entendi que o negocio era controlar a respiração, ir mais devagar e pronto. Cheguei ao topo, ufa! Nada de matar, mas para começar foi meio pauleira. La em cima a paisagem se abriu espetacularmente. A piramba havia valido a pena.


Depois disso, almoçamos um sopão dos Deuses e o sanduba do rei. Para incentivar os 10km q faltavam a Anna-Åsa tinha um preparado de chocolate + nozes + almêndoas + frutas secas picadas que era super bom e nos serviu de sobremesa.


Continuamos andando e como a minha maior preocupação sempre foi com meu pé, desde o inicio parti com dois pares de meia (uma fina e uma bem grossa), alem de ter o pé todo enfaixado. Mesmo com tudo isso, senti os meus dedinhos, que precisaram ser enfaixados outra, outra e outra vez.


O terreno não precisou de muito esforco para caminhar e cada paisagem q viamos realmente impressionava tanto pela calma e pela natureza. Pra variar, os alces perambulabam a toda hora do nosso lado. Primeiramente parecem que vão fugir ao nos verem, mas que nada, na maioria da vezes eles vem bem proximos, xeretando tudo....fotos mil!!!


Um ponto que realmente me fascinou foi o cruzamento de um pequeno rio, do qual pudemos fazer um refill de nossas águas. O engraçado que aqui na Suécia se bebe agua da torneira, e portanto qualquer agua corrente é potável. Assim foi com a que corria pelo rio, com a exceção de que esta realmente tinha um gosto muito melhor.


Logo depois do rio, apareceu no meio do nada a 1º estação de que aqui eles chamam de "proteção ao vento". O que é isso? Simplesmente devido ao fato das condições do tempo nas montanhas serem bem instáveis e podem variar de uma hora para outra, este e um lugar onde as pessoas podem se proteger em caso de mau tempo, principalmente dos ventos de furacão que as vezes costumam soprar do mar. Nos pontos que a gente passou, todos tinham uma pequena casinha, onde se podia ficar dentro e um banheiro. Impressionante.


Um detalhe interessante é que vi um casal com um baby (que ainda mamava) fazendo o mesmo trajeto....aff!
Bom, os ultimos 2 kms foram um pouco cansativos para mim; de um lado pela minha falta de preparo físico, e outro pela falta de um banho! Hehehe... Mas não faltava muito para chegar a Blåhammarem, o que com certeza ajudou na força para seguir adiante (além da misturinha da A-Å de choco-nozes-frutas que com certeza tem seu mérito).


Chegamos às 17:30 e já cientes de que não teriamos lugar nos quartos da casa principal e dormiriamos no anexo. Mas quando chegamos os únicos lugares disponíveis para dormir eram a sauna e o chuveiro...rsrssr. Nós ficamos com a sauna, e um outro grupo retardatário ficou com o chuveiro. Divisão nada mais que justa. Não podemos reclamar, pois a sauna era localizada ainda na casa principal, mas de certa forma ficava bem isolada. Acredito que os que pernoitaram no chuveiro não puderam dizer a mesma coisa.


Para esta "station" a única forma de chegar é a pé ou de ski, no inverno. Bom ressaltar, que a "station" costuma fechar em alguns meses do ano, por conta do frio. O local normalmente dispõe de 56 leitos, mas naquele dia estava batendo o recorde de 122!!! As estacoes da STF da Suecia (como as q eu estive) tem como principio não negar albergue para ninguém...também se imagina, no meio do nada, se for negado albergue, não sei para onde as pessoas iriam. Dai a superlotação.


Aqui estavamos agora para o jantar! Sim, esta "station" é também tradicionalmente conhecida pelo seu "chef" e pela ótima comida deles!!! E por isso resolvemos comer aqui. Detalhe: tem que reservar com antecedência. E a comida foi fantástica! Apesar da quantidade de pessoas no albergue, os proprietarios realmente conseguem pôr ordem na hora da comida: um hiper buffet de saladas, seguido da entrada, seguido do prato quente, seguido da sobremesa!!! Tudo isto com um vinhozinho.... hummm!!!


21hrs da noite e nos todas estavamos caindo na mesa....Como estavamos acordadas das 3 da madrugada e podres de cansadas, pegamos no sono sem grande dificuldade.
Hora de dormir!!


Acordamos cedo a manhã seguinte, tomamos café com pão caseiro fresquinho e partimos com destino a Sylarna, distante algo de19km. Ao contrario do dia anterior, neste dia fez frio. Uma boa jaqueta corta-vento (anorake), mais um gorro eram indispensáveis!! Mas devo confessar que pra caminhada que tinhamos pela frente foi muito melhor este tipo de clima.


A esta altura do campeonato eu já tinha (re)enfaixado os meus pés varias vezes e colocado um negócio que aqui eles chamam de Compeed que serve pra imitar a pele e proteger o lugar com bolha. Apesar de realmente somente ter um dolorido entre os meus dedinhos, não quis arriscar e coloquei Compeed.
Os meus pés agora estavam fantásticos e o tempo ajudava para caramba a nao suar tanto. Além do que a caminhada foi muito mais plana do que no dia anterior, ou seja, foi bem menos desgastante. Tanto no dia de ontem como naquele dia, em nenhum momento, posso afirmar categoricamente que me senti deveras exausta. Foi cansativo sim, mas nada impossivel e que não desse de dar conta numa boa.


Uma das coisas que achei interessante na caminhada em geral é que no dia anterior existia alguma possibilidade da trilha virar lama ou barro, e os caminhos ja vem preparados com umas tábuas perfeitamente acomodadas no chão para a caminhada, tipo passarelinhas bem rústicas. Isso se pode ver nas fotos e acho que talves é bem coisa de Suécia, fazem de tudo pra você não molhar o pé! E numa dessas partes onde parcialmente ja existe um pouco de lama é onde crescem as famosas frutinhas chamadas "cloudberries" (que é um tipo de framboesa silvestre que se encontra no norte da Suécia de cor amarela). Num desses locais me esbaldei de cloudberries, que é na minha humilde opinião uma das melhores frutas da escandinavia....Hummmm!


No meio do caminho decidimos parar pra almocar. Mesmo de ontem, delicia!


Apesar deste dia termos andado muito mais, nao sentia tanto cansaço e nem muita fome. Não sei se é algo normal, mas eu sentia mesmo era muuuita sede. Dai eu via o quanto suava, apesar do frio.
Este dia também vimos vaaaaarios alces....mas depois de ver tantos , vc se cansa e sua presença comeca a se tornar um saco. Ah, outra coisa que eu acredito ser particular da Escandinavia: banheiros no meio do nada!!!


Em cada um dos trechos que fizemos, pelo menos uns 3 você encontra na trilha. Alguns eu recomendo , outros não.
Faltando 3km antes de chegar no Sylarna, fizemos uma última parada, antes de uma piramba que quase tirou totalmente meu fôlego. A subida comecou light, mas logo após alguns metros comecaram as pedras, as quais somadas ao meu cansaço (inclusive às minhas amigas) quase nos detonaram!!! Assim como a Anna-Åsa eu comecei a sentir cãimbras no meu pé, o que obrigou a gente a parar um pouquinho. As dela eram definitivamente pior que as minhas, mas a paradinha ajudou a recuperar fôlego novo e recomecar a subida.
Restando uns 2km a gente comecou a avisar Sylarna. Parecia tão perto mas ao mesmo tempo sabiamos que pelo menos eram mais uns 45m de subida e isso cansava, pelo menos mentalmente. E muito.


Realmente quando começaamos a chegar perto, parecia mentira.... Sylarna. Finalmente.
E um suco de boas vindas no "Station"!!
Aqui, ao contrario de Blåhammaren não tem jantar ou restaurante. Você cozinha e eles disponibilizam toda a infraestrutura deles pra cozinhar, tudo mesmo...tipo um mini supermercado, 8 cozinhas, pratos, panela, copos, tudo! Baseadas na experiencia da nossa lider Anna-Åsa, cozinhamos Rissoto, arroz, vinho e queijo parmesão, e uns cogumelos... Muuuito bom! Tambem tinhamos na bagagem 2,5 litros de vinho que foram consumidos, mas não na sua totalidade. Não aguentamos. Licão para a próxima vez: não levar muito vinho! Assim como na "Station" anterior , aqui também é possivel comprar o café. Muito bom...alem de economizar uns quilos na bagagem.
No dia seguinte, segunda-feira, havia um certo stresse no que diz respeito a voltar pra casa, o que significa que começamos cedo e andamos mais rapido. Os 3km de descida, apesar de serem com declividade foram meio demorados, por conta de que naquela noite as temperaturas tinham ficado abaixo de zero e havia um pouco de gelo no caminho, principalmente numa ponte de madeira onde foi uma aventura manter o equilibrio. Ja essa "ponte que se mexia" aterrorizou a Camilla..hehehe


O dia estava maravilhoso e o sol lindo, tanto era que eu resolvi tirar a parte de baixo da minha calça e deixar como bermuda. So eu fiz isso, pois apenas eu que tinha este tipo de calça.


Fizemos os ultimos 16km em 4,5hrs ... e finalmente chegamos de volta en Storulvån. Enfim, havia passado pelo teste! Pra uma inicinate sedentaria e sem prática, estava feliz comigo mesma e bem satisfeita com meu rendimento. Já penso nas proximas aventuras, mas dando um paso de cada vez, claro.



 
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