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A CONQUISTA DO PÓLO SUL ANTÁRTICO PDF Imprimir E-mail
Seção: Home - Categoria: Montanha
Escrito por Brasil Vertical   
Dom, 04 de Julho de 2010 00:41

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O primeiro homem a pisar no pólo sul: Roald Amundsen

Roald Engelbregt Gravning Amundsen (16 de julho de 1872 - próximo à Ilha do Urso, 18 de junho de 1928) foi um explorador norueguês das regiões polares.
Atravessou a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá em 1905. Liderou a primeira expedição a atingir o Pólo Sul em 1911-1912 utilizando trenós puxado por cães. Foi o primeiro explorador a sobrevoar o Pólo Norte no dirigível Norge em 1926. Ele foi a primeira pessoa a chegar a ambos os Pólos Norte e Sul.


Amundsen nasceu em uma família de proprietários de navio e capitães. Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da Passagem Noroeste ele se decidiu por uma vida de exploração ao desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Groenlândia por Fridtjof Nansen.

Juventude
Nascido no município de Borge, localizado entre as cidades de Fredrikstad e Sarpsborg, próximo da capital da Noruega, Oslo, foi o quarto filho do capitão da Marinha e proprietário de navio, Jens Amundsen. Sua mãe, Gustava Sahlquist, tentou mantê-lo longe do mar e queria que o filho seguisse a carreira de médico. Quando do retorno triunfal do Fridtjof Nansen que atravessou no ano de 1889 a Groenlândia em esquis, Amundsen, então com 18 anos, decidiu tornar-se um explorador polar. Em 1890, entretanto, ele começou a estudar medicina atendendo o desejo materno. Após a morte da mãe em 1893, perdeu os exames escolares e abandonou a Universidade. Com a idade de 21 anos embarcou em um navio caça focas, continuando a sua aprendizagem como marinheiro.
Viajou aos Estados Unidos em busca de patrocínio para os seus projetos. O milionário e explorador norte-americano Lincoln Ellsworth tornou-se um de seus principais financiadores.
O passo seguinte foi adquirir conhecimento em navegação, retornou a Oslo, cursando a Christiania Sjømandsskole (Escola Náutica) aonde obteve a sua licença náutica em 1 de maio de 1895.

Expedição Antártica Belga
Adrien de Gerlache era o comandante do navio Belgica, utilizado na Expedição Antártica Belga (1897-1899), aonde Roald Amundsen embarcou como primeiro oficial. A expedição partiu do porto de Antuérpia em agosto de 1987, e tinha como objetivo a investigação científica da costa da Antártida. O grupo foi o primeiro a passar um inverno no circulo polar antártico, ficando isolado por 13 meses. Os cientistas vindos de diversos países visitaram, coletaram material de pesquisa e fizeram medições na região conhecida como estreito de Gerlache. Emile Danco (1869-1898) cientista belga responsável por observações geofísicas, faleceu devido as rigorosos condições vividas pelos cientistas e tripulantes.
Também estava a bordo o médico americano, Frederick Cook, que posteriormente reclamou a honra de ter sido o primeiro homem a alcançar o Pólo Norte. Cook provavelmente salvou a tripulação do escorbuto fazendo-os comer carne fresca de pinguins e focas, uma importante lição para as futuras expedições de Amundsen.

Passagem Noroeste
Em 16 de junho de 1903 Amundsen parte de Oslo, no comando a primeira expedição a atravessar a passagem Noroeste entre o Atlântico e Oceano Pacífico, com seis outros tripulantes no veleiro Gjøa. Eles passaram pelo sul da Groelândia, indo em direção a baía de Baffin e estreitos de Lancaster, Peel, James Ross e Rae, passaram dois invernos explorando por terra e gelo o local hoje chamado de Gjoa Haven, que fica no território Nunavut, Canadá. Foram também mapeadas as inúmeras ilhas da região. Em 1904, Amundsen e sua pequena equipe seguiu para o Pólo norte magnético, que havia se mudado 30 milhas desde que foi localizado por James Clark Ross em 1831. Esta foi a primeira vez que alguém registrou o movimento dos pólos magnéticos. Durante este tempo Amundsen estudou o povo local Netsilik a fim de aprender técnicas de sobrevivência no Ártico e logo adotou suas vestimentas. Deles também aprendeu a usar cães de trenó. Continuando para o sul da ilha Victoria, o navio afastou-se do arquipélago Ártico Canadiano em 17 de Agosto de 1905, mas teve que parar no decurso do inverno antes de ir para Nome na costa do Pacífico do Alasca, 800 km distante de Eagle, aonde havia uma estação de telégrafo. Amundsen foi e voltou por terra até o telégrafo para enviar uma mensagem de sucesso em 5 de Dezembro de 1905. Nome foi alcançada em 1906. Devido a pouca profundidade da água, não ultrapassando um metro, grandes navios nunca puderam usar esta rota.

O Pólo Sul
A Imperial Trans-Antarctic expedição deixou Londres em 1 de agosto de 1914 com o objetivo de cruzar a Antártida em um lugar perto Vahsel Bay, ao sul do Mar de Weddell, atingindo o Pólo Sul e vá para a Ilha de Ross em No extremo oposto do continente.

Depois da passagem Noroeste, Amundsen fez planos para atingir o Pólo Norte. Com a notícia em 1909 que primeiro Frederick Cook e depois Robert Peary terem chegado ao pólo, ele mudou seus planos. Usando o lendário navio de Fridtjof Nansen, o Fram, partiu da Escandinávia em direção a Antártica em 1910.
Seu grupo invernou na plataforma de gelo Ross no local conhecido como a baía das Baleias. Utilizaram o tempo para planejar a jornada e estabelecer depósitos com alimentos, aguardando a partida prevista para a primavera. Estava 600 km distante da expedição rival britânica liderada por Robert Falcon Scott que estabelecera-se na Ilha de Ross. Scott possuía uma rota, descoberta por Ernest Shackleton, através da geleira Beardmore em direção ao planalto Antártico. Amundsen teve que procurar seu próprio caminho através dos montes Transantárticos.

Amundsen iniciou seu ataque ao pólo em 20 de Outubro de 1911, e juntamente com Olav Bjaaland, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting, atingiu o pólo em 14 de Dezembro de 1911. O ponto mais ao sul do planeta foi alcançado em uma tarde ensolarada com temperatura ambiente de -23ºC e ventos leves vindos do sudoeste. A bandeira de seda vermelha e azul da Noruega, foi fincada em um planície branca. Após 35 dias, Scott teve a infelicidade de encontrar uma tenda deixada por Amundsen, com uma carta relatando a chegada. A extensa experiência de Amundsen, a preparação, e o uso dos melhores cães de trenó disponíveis fizeram a diferença no final. Em contraste aos infortúnios da expedição de Scott, Amundsen teve uma viagem com menos dificuldades, retornando ao acampamento base no dia 25 de janeiro de 1912 após percorrer durante três meses 3.000 km.
Como nenhuma das expedições levou o volumoso equipamento de telégrafo sem fio, que seria a única forma de comunicação direta com o pólo, o sucesso de Amundsen não foi publicamente anunciado até 7 de Março de 1912. Amundsen narrou com detalhes sua jornada no livro The South Pole; an account of the Norwegian Antarctic expedition in the "Fram," 1910-12.

Ultimas expedições
Durante a Primeira Guerra Mundial Amundesen ganhou uma grande quantidade de dinheiro com o suprimento de navios, o que deu a ele a condição de construir uma nova embarcação. Em 1918 ele iniciou uma expedição com o navio que recebeu o nome de Maud, para explorar a passagem Nordeste. Também chamada de rota marítima do norte, é uma via marítima que permite ligar o oceano Atlântico ao oceano Pacífico ao longo da costa norte da Sibéria. Não atingiu os seus propósitos e a expedição foi considerada um fracasso por não realizar a travessia. O lado científico compensou em parte a frustração. A expedição estava bem equipada para realizar medições do magnetismo da terra, experimentos meteorológicos e oceanográficos. As observações geofísicas conduzidas pelo metereologista e oceanógrafo Harald Sverdrup foi considerado o mais importante projeto de investigação já realizados no Ártico até aquela data.
No ano de 1925 com o financiador e também participante da expedição Lincoln Ellsworth e mais quatro outros tripulantes ele voou até a latitude 87° 44' norte. Esta era o local mais ao norte jamais atingida por um avião até então. Na expedição foram utilizados dois hidro-aviões modelo Dornier Do J fabricados pela empresa italiana "S.A.I. di Construzioni Mecchaniche i Marina di Pisa". A Ilha do Rei George foi usada como ponto de partida, estando a 1.200 km distante do Pólo Norte. O Fram foi um dos barcos de apoio.

No ano seguinte Amundsen, Lincoln Ellsworth e o engenheiro italiano Umberto Nobile fizeram a travessia do Ártico no dirigível Norge projetado por Nobile. Eles partiram de Spitzbergen que é a maior das ilhas do arquipélago ártico das Svalbard, em 11 de Maio de 1926, depois de 16 horas de vôo foram lançadas as bandeira dos Estados Unidos da América, Noruega e Itália sobre o Pólo Norte. O Norge pousou em Teller no Alasca. A expedição percorreu 5.456 km em 72 horas de vôo. O Pólo Norte foi sobrevoado pela primeira vêz alguns dias antes, em 9 de maio, pelo aviador e oceanógrafo norte-americano Richard Evelyn Byrd (1888-1957), que utilizou um avião Fokker F.VII.
Roald Amundsen morreu em 18 de junho de 1928 em um acidente com o seu hidroavião Latham 47, no Oceano Ártico. O vôo tinha o objetivo de procurar pelo explorador e aviador italiano Umberto Nobile, cujo dirigível Italia retornava do Pólo Norte e caiu a nordeste do arquipélago Svalbard. Cinco países enviaram navios e aviões para os trabalhos de resgate dos sobreviventes do dirigível, que aguardavam socorro em uma massa de gelo flutuante. Os tripulantes sobreviventes foram resgatados pelo navio quebra-gelo russo Krassin em 12 de julho, dezenove dias após a retirada de Umberto Nobile do local por um avião da Suécia. A busca por Amudensen e pelos seis desaparecidos do Italia continuou por todo verão de 1928, e dela participou Louise Boyd exploradora e aviadora norte-americana. O hidroavião de Amundsen nunca foi encontrado. O corpo de Roald Amundsen permanece no Ártico. A Marinha Real da Noruega organizou expedições nos anos de 2004 e 2009 com o objetivo de localizar os restos do hidroavião.
A existem controvérsias quanto a conquista do Pólo Norte por Frederick Cook e depois Robert Peary. Pesquisas e estudos recentes apontam Roald Amundsen e o seu companheiro de explorações Oscar Wisting, como os primeiros a alcançar os dois pólos da terra.

Reconhecimento
Roald Amundsen é reconhecido e lembrado por seus feitos, sendo destaque:
- A Estação Pólo Sul Amundsen-Scott que é uma homenagem conjunta a ele e a seu rival na conquista do Pólo Sul.
- O Mar de Amundsen, na costa da Antártica, tem seu nome.
- Uma grande cratera cobrindo o pólo sul da Lua é chamada de cratera Amundsen em sua homenagem.
- O Golfo de Amundsen localizado a sudoeste do Mar de Beaufort, um dos braços do Oceano Ártico.
- A Guarda Costeira do Canadá batizou um de seus navios quebra-gelo como CCGS Amundsen, o mesmo foi feito pela Marinha Real da Noruega que que deu o nome do explorador a fragata HNoMS Roald Amundsen.

 

Foto Roald Amundsen

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Foto 2: A EQUIPE: Roald Amundsen e sua tripulação a bordo do Gjøa.

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Foto 3: A ESCOLHA CERTA: O sucesso da expedição de Amundsen em grande parte foi pela escolha de cachorros puxando os trenós.

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Foto 4: A ROTA: Ilustração mostrando as rotas de Shackleton e Amundsen em busca do Pólo. Equipe de Amundsen partiu de seu navio, o Fram, onde a base do inverno foi batizada de - Framheim - . Também é mostrada a posição da expedição de Scott e a rota tomada por Shackleton em 1908 - 1909 que estavam no ponto, a equipe que tinha atingido o ponto mais ao sul.
Não há nenhuma rota mostrada para a equipe de Scott, pois não era conhecido no ponto quando a equipe partiu de Amundsen, Scott e seus homens partiram mais tarde. A área rotulado de - nível superficial da barreira de gelo - agora é conhecido como o Gelo Ross.

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Fonte: extremos.com

 
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