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TRAVESSIA CUBATÃO - SBC - Pág.2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Sex, 21 de Maio de 2010 16:50
Índice do Artigo
TRAVESSIA CUBATÃO - SBC
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Após coletar td água possível em nossos cantis, agora é q vem a parte mais punk da pernada, q se traduziria numa escalaminhada constante durante um bom tempo. E tome pé fazendo raiz de escada, mão se segurando em tronco como apoio, ou ambos fazendo de qq saliência em rocha como agarra! A subida aperta mesmo e tds distanciam-se entre si, principalmente nos trechos quase verticais, ou naqueles onde a chuva tombara enormes arvore sobre a trilha! Nando, Vivi e Fabio disparam na dianteira, mas eu prefiro ficar atras e acompanhar a Tania, não apenas pelo fato dela estar desacostumada a este tipo de perrenge típico de lagartixas, mas principalmente pra q, atrasada, não tomasse a trilha errada! Mas não demorou a ficarmos ensopados de suor e cansaço, e várias paradas foram necessárias pra subir aquela piramba interminável! Contudo, nossa subida era constante, e se havia algum beneficio de não haver sol era justamente dele não nos desgastar em demasia, já q na mata predominava um certo frescor e não aquele calor abafado, quase palpável, com sol e umidade juntos! Mas após um tempo q parece nunca passar, a picada nivela suavemente numa encosta pra em seguida prosseguir evidente numa crista florestada, com mato caindo de ambos lados! Ufaa! Janelas na vegetação nos davam uma idéia do qto havíamos subido e chegávamos a conclusão q a altura era bem considerável!


E as 13hrs emergimos da mata e alcançamos o descampado q marca a base de uma torre de alta tensão, no alto dos 650m da crista da serra, onde desabamos de cansaço, exauridos! O pessoal já nos esperava faz tempo, entre goles de Gatorade e nacos de sandubas, salgados e bolachas. O visu panorâmico compensava o perrengue ate ali, nos presenteando com belas vistas tanto da Serra de Paranapiacaba , do Vale do Mogi e Quilombo, como de td Baixada Santista, recortada em mangues, canais, industrias e pólos habitacionais! E la no fundo, o porto de Santos!


A pernada prosseguiu 30min depois de forma mais amena e desimpedida sempre em trilha pela crista, porem, ao contrario do interior da mata, sob um calor abafado de um sol forte ameaçando sair por entre as nuvens naquela tarde de domingo! Pois é, apesar de ser no aberto, com vistas soberbas (seja da planície costeira e do planalto paulista) e sem gde desnível, o desgaste aqui foi mais em virtude do sol q logo nos fez suar em bicas, alem de fritar nossos miolos. Sem vento algum, qq brisa soprando no rosto era tida como benção! Imperceptivelmente, fomos ganhando altitude a medida q avançávamos, principalmente qdo pudemos ver a continuidade da crista serrana parecer culminar numa pequena construção similar a uma cúpula, no alto de uma montanha, q nada mais é a Casa de Válvulas da Usina Henry Borden, logo abaixo.


Mas um tempo depois a picada começou a se afastar da crista pra adentrar no planalto, em meio a campos abertos de capim e enormes brejos, onde pelo menos encontramos uma nascente q molhou nossa goela seca! Chapinhando, ignoramos uma saída pela esquerda q nos levaria à Cachu da Torre, a 1ª gde queda do Rio Pereque serra abaixo. Mas as 14:30 tomamos uma bifurcação à esquerda, ignorando o outro ramo q já nos deixaria num pto de bus em SBC, bem mais adiante. Como estávamos adiantados de horario, resolvemos fazer alguns ataques a atrativos próximos e após acompanhar as torres de alta tensão em meio a gdes charcos no capinzal, terminamos dando novamente na crista, as 15hrs! Estavamos precisamente nos 759m do pto mais alto da serra, num lugar chamado de Monumento do Pico, assinalado por um pequeno obelisco e um mirante de tirar o fôlego, com visu de São Vicente a Praia Grande! Nova pausa pra descanso e fotos, claro!


Aqui tb começa a Calçada do Lorena, um antigo trilho indígena q fora "pavimentado" com a mais alta tecnologia do período colonial,isto é, com pedras e q unia o planalto ao litoral no trafego de mercadorias no lombo de mulas! O trabalho no assentamento dessas pedras foi artesanal e está muito bem preservado! E foi por ele q descemos cuidadosamente em meio a mata, já q o limo e umidade depositado nas rochas o tornava liso feito sabão! Aqui novamente eu e Tania ficamos na rabeira, buscando os lugares menos escorregadios do caminho, de preferência as beiradas cobertas de mato, mas isso foi insuficiente pra q meu popô não saisse incólume de belas carimbadas de limo! Assim fomos perdendo altitude, em ziguezagues bem acentuados, ate dar no Belvedere Circular, as 16hrs, uma construção circular com um longo banco em seu interior, já na cota dos 561m. Esse é o primeiro ponto onde a calçada cruza o Caminho do Mar, isto é, a rodovia SP-148 (ou Estrada Velha de Santos), atualmente interditada e q tb liga a planície ao litoral, mas q faz parte do pólo eco-turistico da regiao. Uma pequena pausa onde nos esparramamos gostosamente nos bancos, um gole d`água e seguimos adiante.


Como tínhamos q voltar ao topo da serra e não queríamos retornar pelo limo da calçada, decidimos voltar pelo asfalto da Caminhos do Mar a passo largo, principalmente qdo notamos um negrume se adensar no céu pros lados de Paranapiacaba! Mas como o calor tava de rachar, tivemos mais uma breve parada pra nos refrescar num dos vários córregos encachoeirados q descem as margens da estrada! Imortalizada numa famosa canção pela dupla Roberto e Erasmo Carlos, a estrada tb oferece um belo visu tanto do litoral como dos contrafortes do Pq Est. Serra do Mar (Nucleo Itutinga-Piloes), onde esta localizada. Uma nevoa ameaçava encobrir td, mas assim como o tal iminente temporal, ficou apenas na ameaça..Menos mal.


Subindo do km 45 ao 43 pelo asfalto, passamos por alguns atrativos arquitetônicos e mais mirantes ate chegar numa bela e charmosa Casa de Pedra (ou Pouso de Paranapiacaba), onde havia ate um painel azulejado retratando o mapa rodoviario colonial. Mais adiante literalmente termina a Serra do Mar, ao passar pela guarita e portão de acesso à estrada, onde um aguardamos o busao as margens da bela Represa Rio Pequeno, as 17hrs.


Meia hora depois tomávamos o busao "Alto da Serra", q agora retornava como "Rudge Ramos", apreciando na paisagem emoldurada na janela o povo pescando as margens da represa Billings. Não tarda pro visu de simples rusticidade transformar-se radicalmente ao chegar no transito tedioso da Anchieta, q nos fez pegar no sono facilmente. Mas as 18:30 saltamos no terminal rodoviário de Ferrazópolis, onde ao invés de pegar a condução sgte (pro Jabaquara) fomos no bar da frente, lógico! E entre caiporas, brejas, mocotó, salgados e algumas baforadas, comemoramos a empreitada realizada com sucesso! Somente bem mais tarde, após mais 3 conduções, é q cheguei em casa um pouco antes da meia-noite!

Para muitos, é quase impossível imaginar que em Cubatão, que já possuiu o título de cidade mais poluída do Brasil, existe um lugar cheio de verde e belezas naturais, como o Pq Ecológico do Rio Perequê. Trilhas ecológicas, visus deslumbrantes, piscinas naturais e espaço até pra "muvuca consciente" fazem do parque um local com muitas opções para quem quer passar um dia diferente em meio à natureza e perto de casa. E pra quem busca algo mais adrenado as opções são inúmeras e variadas, tanto como de caminhadas qto na pratica de rapel. Travessias então nem se fala, seja percorrendo o rio como aquelas q palmilhem sua recortada crista em tds as direções. Portanto, se Cubatão já deteve o pouco honroso titulo acima citado, é reconfortante agora pensar q agora com o parque ecológico, opções q celebrem a preservação deste gde patrimônio, a nossa tal querida Serra do Mar, tb facam parte do cenário da cidade.



 
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