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“TROPA DE ELITE” NO CABEÇA DE NEGO - Pág.2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 20 de Maio de 2010 02:22
Índice do Artigo
“TROPA DE ELITE” NO CABEÇA DE NEGO
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Na manha sgte acordamos antes do Astro-Rei surgir no horizonte, mas so levantamos um pouco depois, já qdo a obrigação de cumprir metas realmente se sobrepunha àquela preguiça gostosa de permanecer ainda esparramado no saco-de-mimir. Não é, Vivi? Relutantes porem decididos, tomamos um rápido e reforçado desjejum, arrumamos as tralhas e colocamos a mochila de ataque nas costas qdo o Sol já esparramava seus primeiros raios pelas encostas forradas de mata do pico q almejávamos, realçando cada vez mais sua beleza selvagem! O céu estava isento de td e qq vestígio de nuvem, prometendo um dia inteiro de bom tempo pra nos ajudar no nosso objetivo.


Após coletar infos avulsas com Seu Nelson, Dom e Nando acertaram seus gps´s, e buscamos entrar num acordo de qual seria a melhor estratégia (rota) pra alcançar o morro. Chegamos num consenso de q isso so seria possível pela esquerda, avaliando as infos e pelas curvas de nivel mostradas pela carta topográfica. Pronto, era chegada a hora, e assim deixamos a casa pela esquerda, a quase exatas 8hrs e 20m de altitude, passando por um bando de "saíras" - pequenos e belos passarinhos de cor verde - beliscando carambolas deixadas por Seu Nelson. Entramos num caminho em meio a um bananal q foi sumindo aos poucos. Antes, porem já estudávamos alguma entrada na mata à direita, já pra ir na direção do sopé do morro. Deixamos assim a trilha mergulhando de vez na mata onde o caminhar era tranqüilo e sem maiores obstáculos. Após cruzar um desbarrancado e bordejar um riachinho pela esquerda, caímos num pequeno descampado pra nos enfiar novamente na mata fechada, passar por mais bananeiras e ter de desviar de um espesso e enorme bambuzal pela direita, onde finalmente tivemos q cruzar o correguinho q acompanhavamos.


A partir daqui é q a declividade aumenta um pouco, mas ainda assim nosso avanço é tranquilo e desimpedido, mesmo sem trilha alguma. O trabalho de leitura do gps e navegação em conjunto do Nando e Dom foi exemplar, pois um complementava os dados do outro. Por sua vez, Ronaldo e Thunder iam na dianteira abrindo a trilha pro resto, sendo q o primeiro assumiu por livre e espontânea vontade a responsa de faconar os trechos mais medonhos de mata. Eu e o Fernando dávamos palpites de direção menos desgastante, conforme o q o aparelho indicasse. E o resto ia na rabeira dos demais, em fila índia buscando não se distanciar dos demais, claro!


Na sequencia, tomamos um caminho de rio onde o andar era facilitado pela ausência de mato, sempre subindo suavemente, mas logo tivemos q deixa-lo pra ganhar encostas mais íngremes à direita, já na cota dos 60m de altitude.A partir daqui a coisa engrossa e a pernada fica mais árdua, pois a medida q subimos a terra parece se esfarelar aos nossos pés, demandando duplo esforço assim como o uso das mãos, q buscam apoio na vegetação ao redor! Parar não é recomendável em função dos pernilongos, q estão impossíveis e ávidos por sangue fresco e fácil. Por sorte logo acima o terreno aparenta ser mais firme, ao mesmo tempo em q passamos por alguns enormes blocos desmoronados de pedras, q basta contornar evitando os abismos da direita. Era visível q bordejávamos um vale e logo a pernada arrefece ao ganhar uma crista ascendente. Apesar de estarmos na sombra, nosso suor escorre em bicas pelo rosto ate q começam a surgir frestas na vegetação, permitindo vislumbres do qto já ganhamos de altura. O gps assinala 210m, num piscar de olhos!!


Na cota dos 300m, as 9:50, caimos no primeiro cocoruto florestado q aparentava ser um selado. Mas daqui em diante a mata tornou-se mais agressiva, repleta de bambuzinhos e espinhos, q teimavam em nos furar mesmo com as faconadas do Ronaldo. No caminho, belos exemplares de pau-brasil e palmito Jussara. Deixamos a crista pra tomar à direita, descendo um pouco até dar noutro selado de conecção, as 10:20, onde nos presenteamos com um breve descanso à sombra do arvoredo ao redor,enqto os sons da mata de misturava aos de veículos da BR-98, perfeitamente audíveis dali.


Retomamos a pernada subindo novamente forte através da encosta de dar noutra crista. Aqui tomamos o rumo errado à direita, pra infelicidade do Ronaldo, Fabio e Thunder, q levaram varias picadas de marimbondo qdo o Dom esfarelou o tronco onde residiam, no caminho. Passado o susto, fomos pela esquerda, contornando fundos vales e já tendo contato visual com o pico, q agora já era visível pelas frestas na mata. Ao dar na cota dos 400m encontramos água, na forma de um fiapo de córrego despencando lajotas abaixo, q foi de vital importância. Alem de molhar nossa goela abasteceu os cantis menos favorecidos, pois o esforço da subida esvaziou  rapidamente nossas provisões do precioso liquido.


Sempre contornando vales através de uma crista florestada, o sobe-e-desce continuo nos levou ao "selado oficial" ao sopé do morro avistado. A partir daqui era subida ate o final, e tome piramba hard! Felizmente os espinhos e plantas cortantes haviam sido deixadas pra trás. No entanto, os obstáculos aqui se traduziram na forte declividade, q demandou nossos dotes simiescos, e no surgimento logo adiante de voçorocas de finas taquarinhas, q teimavam em se agarrar em qq saliência da mochila, nos segurando. Agacha aqui e arrasta ali, caímos no rabicho de crista ascendente final do morro, do qual não saímos mais.


Mas não tardou tb pra subida ficar quase vertical, onde tivemos q ir bem devagar em meio a muito mato seco, bambuzinhos mil, nos firmando no q tivesse à mão, fossem pedras, tocos ou qq vegetação q nos desse mais segurança na ascenção. Detalhe, ambos lados eram pirambas e abismos quase verticais!! Em compensação, a mata ia baixando de altura permitindo belo vislumbre de td litoral, assim como da extensa faixa alva das praias de Bertioga encontrando um marzão azul, limitado apenas pelo horizonte!


Mas eis q as 13hrs caímos num bico rochoso, na cota dos 510m, q parece ser o topo do morro, finalmente! A maioria prefere ficar ali, estatelada descansando,saboreando a vitoria. Mas ai eu,Thunder,Fernando e Dom resolvemos explorar o extenso cume do Cabeça de Nego. Na verdade o cume não passa de uma estreita crista coberta de mato de difícil transito,como taquarinhas,bambus e enormes bromelias. Mesmo assim, fomos quase ate seu o outro extremos, apenas parando num trecho onde um enorme abismo rochoso vertical nos separava da continuidade da crista. Bem, não comemoramos o cume soltando rojões, tal qual o G.O.E fizera na ocasião, e sim nos regozijamos com o simples fato de estar ali e de ter alcançado o cume em menos tempo q eles, pelas infos dadas por Seu Nelson. Estavamos a exatos 560m de altitude após percorrer 9,5km, de acordo o gps do Dom.



 
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