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DELFINÓPOLIS-CASCA D´ANTA: CLÁSSICA TRAVESSIA NA CANASTRA PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 01 de Outubro de 2009 23:37
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DELFINÓPOLIS-CASCA D´ANTA: CLÁSSICA TRAVESSIA NA CANASTRA
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DELFINÓPOLIS-CASCA D´ANTA: CLÁSSICA TRAVESSIA NA CANASTRA
por Jorge Soto

A Serra da Canastra é sinonimo de natureza em meio a gdes espacos. Sua geografia é composta de amplas serras, muitas nascentes, largas chapadas e fundos vales, iluminados pela luz onipresente de um céu enorme.

 Incrivelmente, este belo lugar é o q menos conheco, onde minhas investidas limitaram-se a duas breves visitas já bem datadas. P/ sanar isto não hesitei em topar o convite tentador do meu amigo e fotógrafo de aventura André Dib em percorrer sua mais tradicional travessia e desfrutar de seus panoramas espetaculares: a Delfinópolis-Casca D´Anta, pernada tranquila q durante 3 dias parte da pacata cidade mineira de Delfinópolis, serpenteia 62kms de serras, vales e chapadoes por trilhas e estradas de terra, até culminar no sopé dos 200m imponentes do primeiro e salto do Rio São Francisco, a Casca D´anta, uma das maiores cachus do Brasil.


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DELFINÓPOLIS
Eram exatas 15:30 qdo eu e a Vivi saltamos do busao em Ribeirao Preto, horario ate bem mais adiantado q o previsto, tendo em vista as tediosas 4hrs de viagem de Sampa. Sendo assim, nos resignamos a passar o tempo no boteco da rodô, bebendo na cia de outra amiga, alem de dar retoques finais nas cargueiras. Mas qdo as 17:15 a possante Troller  do André & Cassandra encostou do nosso lado, era hora de finalmente embarcar rumo Delfinópolis. Viagem esta q foi feita em meio a muita descontração e conversa colocada em dia, e dessa forma os 180km passaram bem desapercebidos. Tanto q após passar por Franca o sol já havia despencado no horizonte.
Após atravessar de balsa os quase 2km de aguas esmeraldas da Represa do Peixoto em meio ao frescor do bréu noturno já regados a varias taças de vinho, chegamos em Delfinópolis um pouco antes das 20hrs. A pacata cidade transpira ecos de um passadoq teima em permanecer intacto, com direito a ruas de paralelepipedos bem tranquilas, uma simpática pracinha central com coretos bem cuidados, predios q não passam de dois andares e charretes circulando ruidosamente. Inicialmente nos dirigimos à Pousada Rio Grande pra deixar as coisas, onde fomos gentilmente recebidos pela proprietaria, a Regina. O André já tinha armado um esquema de permuta "na faixa", esquemas estes q tb preciso adquirir know-how pra baratear minhas empreitadas. Na sequencia nos mandamos pro boteco da simpática Erica, o "Bar Co", onde mandamos ver uma deliciosa pizza regada a mais vinho, alem de já armar um esquema com a dita cuja de resgate no final da travessia. Tb no esquema de permuta. Ah, sim. Lá tb encontramos o ultimo integrante da trip, o mineiro Paulo, q como os demais tb estava "disponivel no mercado" e consequentemente com tempo de sobra pra viajar em qq dia útil. O tempo passou rápido e se bobeasse ficariamos a noite td papeando e enchendo a cara. Mas o dia sgte era obrigatoriamente reservado pra travessia e por isso retornamos à pousada, meio q à contragosto e trançando as pernas, afinal a ampla geografia local iria demandar otimizacao do dia interiro em pernada. Lembrando q a topografia da Canastra é composta basicamente de 3 fileiras de enormes serras q correm paralelas, uma dobra maior q a outra, entremeada de fundos vales e pequenos serrotes: a 1ª é composta pela Serra Preta e Grande; a 2ª é feita das Serras do Cemiterio, Sete-Voltas e Guarita; e a 3ª abrange o Chapadao da Zagaia e a Canastra em si. Nosso roteiro do dia sgte é nada mais q subir a Serra Preta, descer o vale contornando a Serra de Furnas pra dali chegar ao alto Serra da Guarita! Simples, não?

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A SERRA PRETA, A FURNAS E O GALHEIRO
A manhã de segunda irrompe promissora, com uma bela alvorada esparramando seus acolhedores raios por td extensao dos paredoes serranos, por sua vez silhuetados contra um ceu azul despido de nuvens! Sendo assim, levantamos bem antes das 6hrs, jogamos as cargueiras no teto da Troller e rumamos em direcao ao sopé da Serra Preta. Mas não sem antes passar numa padoca pra rapido desjejum!
Delfinopolis ainda levantava preguicosamente qdo deixamos seus limites sentido leste, acompanhando o emplacamento  "Olhos D´água". Agora com a serra à nossa esquerda, sacolejamos por empoeirada estrada de terra por quase 7km, até a deixarmos numa placa indicando "Camping Claro - Casa de Pedra". Tomando sinuosamente esta ramificacao agora vamos  de fato de encontro à serra, cada vez mais proxima. Uma vez passado o referido camping, nossa referencia são placas apontando uma tal "Pousada/Cachoeira Paraiso", à qual não tardamos em chegar num piscar de olhos após algumas bifurcacoes. A tal "pousada" não passa de duas casas q agora se encontram abandonadas, mas q durante feriados devam ficar lotadas alem de ser cobrado algum valor de acesso pois aqui é propriedade particular. Mas como esta td vazio, não temos problemas em deixar o carro ali mesmo, q depois a Erica virá buscar pro nosso resgate. Até pq ela reside numa casa bem proxima dali.
Após alongar aqui e ali, dar ultimos retoques nas cargueiras e passar protetor no rosto, damos inicio propriamente dito à pernada as 6:40. O gps do Paulo marca exatos 870m de altitude. Daqui parte uma picada bem conhecida dos locais q leva a varias cachus no alto da serra, a "Trilha da Casinha Branca", bem mais demorada. Mas nossa trilha é outra, mais rapida e direta, a "Escada de Pedra". Ela parte logo atras da casa e já de cara bifurca, onde tomamos o ramo da esquerda q desce suavemente pelo pasto, atravessa um capao de mata e dá num belo remanso, o Ribeirao do Claro, q cruzamos saltando por cima das pedras. A picada entao envereda em meio ao pasto e vegetacao de cerrado pra logo dar nos fundos doutro casebre, q por sua vez nos leva numa precaria estradinha de terra. Andando um pouco pela dita cuja,logo desembocamos numa porteira marcada por uma laconica placa proibindo o tráfego de motos, pois estamos numa area de protecao ambiental. Da porteira parte uma trilha q acompanha a cerca, agora sim indo de encontro aos paredoes da Serra Preta, já quase à nossa frente. Aqui uma breve pausa pra coletar agua (proxima,num riachinho escondido) e visu de um belo canion à esquerda.
Andando pela picada não demora a sermos recebidos por nova placa, agora indicando "Escada de Pedra". Daqui em diante não tem mais erro. Comeca a subida ingreme da serra por lajotas de quartzito q formam degraus irregulares erodidos, q são vencidos com relativo folego e, aos ziguezagues, logo ganhamos altitude de modo a apreciar o belo visu de Delfinopolis ao lado espelho dagua da Represa do Peixoto, reluzindo la embaixo.
Um tempo depois a trilha arrefece e nivela numa especie de descampado ou pré-platô q antecede o topo, e o caminhar torna-se bem mais agradavel, sempre em suave aclive e tendendo pro leste. Andando pela vasta campina salpicada por canelas-de-ema e alguns campos rupestres, finalmente damos nos 1145m do alto da serra, mais precisamente na tal "Casinha Branca",onde outras trilhas tb convergem. São 8hrs e o termometro já marca 30 graus, e nos presenteamos com um breve pit-stop ao lado de um belo riacho q molha nossa goela, enche os cantis e refresca nossos rostos suados.
Uma vez na ampla e larga crista da serra, da "Casinha Branca" parte uma picada pro norte q logo dá lugar a uma precaria estradinha de terra q atravessa um vasto capinzal dourado, q basta apenas acompanhar. A medida q avancamos os horizontes se ampliam e logo temos uma visao da enorme muralha da Serra da Guarita, se esparramando de noroeste pra sudeste a nossa frente,assim como o enorme Vao do Ribeirao das Posses, separando-a da Serra do Cemiterio. Mas logo a estrada comeca a descer, desviando abruptamente pra direita, perdendo altitude imperceptivelmente pelas encostas da Serra Preta. À nossa esquerda vamos examinando terreno pois daqui temos q buscar algum acesso descendo o vale ao lado de modo a ganhar as encostas opostas da Serra de Furnas, uma pequena costela serrana no caminho antes da Guarita. Mas como aqui a navegacao é puramente visual este acesso é descoberto c/ facilidade na forma de uma picada transversal à estrada. Deixamos a mesma em favor desta picada pra assim perder altitude de forma abrupta, em curtos ziguezgues em meio a pasto,arbustos e pequenas arvores de galhos retorcidos. A trilha parece sumir, mas após saltar uma cerca logo encontramos varios caminhos de vaca indo no sentido desejado. Porém por pouco tempo, pq so após um curto trecho de vara-mato é q chegamos de fato no fundo do vale, onde o bem-vindo Córrego do Ouro nos brindou com refrescantes tchibuns em seus pequenos poços cristalinos. Pausa pra descanso e lanche sob o forte e inclemente sol das 10hrs,claro!
Na sequencia tocamos vigorosamente pelo pasto acima, agora nas encostas da Serra de Furnas, ate dar numa picada q a recortava a meio-caminho. Tomando p/ esquerda, não tarda pra ganhar a crista da mesma ate dar noutra precaria estrada, q contorna e desce a serra em sucessivos cocorutos rumo o proximo vale, o do Ribeirao da Babilônia, já ao sopé da Gurita. A medida q perdemos altitude sinuosamente em meio a morraria, a vegetacao de cerrado vai dando lugar a uma vegetacao mais rica e densa. No caminho, destaque prum enorme grilo laranja escondido em vocorocas de samambaias a beira da estrada.



 
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