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DELFINÓPOLIS-CASCA D´ANTA: CLÁSSICA TRAVESSIA NA CANASTRA - Página 2 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 01 de Outubro de 2009 23:37
Índice do Artigo
DELFINÓPOLIS-CASCA D´ANTA: CLÁSSICA TRAVESSIA NA CANASTRA
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Quase no fundo do amplo vale, cruzamos com o minusculo "vilarejo" de Itajuí onde não vimos sinal de vida, mas q se resume a algumas casinhas, roçados e uma simpatica igrejinha. Ainda acompanhando a estradinha pra leste e cada vez mais proximos do sopé da Guarita, cruzamos uma ponte, algumas porteiras e cortamos alguns atalhos pra depois subir uma pequena colina. Foi aqui q um negrume tomou conta do firmamento e se adensou subitamente, acompanhado de estrondosas trovejadas, sinal pra apressamos o passo o qto antes.
Dito e feito. Passada uma ultima porteira o céu desabou e mandou muita agua sobre nossas cabeças! Pior q não havia onde nos refugiar senao no "puxadinho" de um pequeno paiol q nem sequer nos comportava totalmente! Havia um casebre abandonado do lado, o qual tivemos a infeliz ideia de invadir pra sermos recebidos pelos furiosos marimbondos q la residiam e deixaram marcas na minha barriga e no braco do Paulo. Porem,insatisfeitos de permanecer naquele fedorento paiol - até pq um raio caira bem ao nosso lado - insistimos ainda em invadir outro cômodo (pela janela) daquele casebre, pelo menos pra termos mais espaco disponivel pra lanchar,pois a fome já apertava. Uma vez la dentro e com metade das cargueiras alojadas, fomos outra vez enxotados pelos marimbondos q decididamente não desejavam nossa presenca la de jeito nenhum. E la voltamos desesperadamente pro maldito paiol, pra diversao das vaquinhas q assistiam aquilo td de camarote. Agora o problema era ir buscar as cargueiras q deixaramos la dentro. Daí eu e o Andre nos cobrimos de roupa demodo a proteger qq parte exposta e la fomos na missao de "resgate", q por sorte foi bem-sucedida. Pois bem, como já estavamo molhados e ficar parado não adiantava nada, resolvemos continuar a pernada sob chuva, ao menos pra manter o corpo quente.
O Ribeirao Babilonia foi transposto sem dificuldade, com agua ate o tornozelo, e dali prosseguimos pela lamacenta estradinha rumo o sopé da serra. No caminho topamos com a humilde casa do Paulo Pião e da Rosi, onde nos refugiamos da tempestade de forma bem mais satisfatoria q o paiol, já na cota dos 830m. Enqto nos secavamos e mastigavamos algo, a Rosi contava alguns "causos" interessantes q iam desde a vida sofrida na roça, q nunca havia subido ao alto da serra e detestava comer galinha caipira! Sua casinha, de uma simplicidade enorme, tinha particularidades q merecem destaque, como  a ossada de uma queixada como decoracao e um cômodo reservado apenas pra privacidade de uma galinha e sua barulhenta prole.
As 14:30 e de bucho cheio, nos despedimos da Rosi dando continuidade à pernada, ainda sob chuva e forte vento. Aqui a estradinha terminava dando lugar a uma picada q costeava a serra, mas logo tomamos outra q derivava da principal e ia de encontro à mesma atraves do capinzal, frontalmente.  De onde estavamos já podiamos vislumbrar a continuidade do carreiro costurando o paredao serra acima. No caminho, um cruzeiro assinala o curioso "Cemiterio de Pedras", local onde antigamente eram enterrados os leprosos da regiao.
A subida da serra transcorreu em largos ziguezagues, sendo q já na metade a chuva havia desaparecido por completo, permitindo bela panoramica de td trajeto percorrido ate entao, alem de visu privilegiado da Cachu do Corrego do Galheiro, despencando dos paredoes da Guarita, à leste. Em passadas curtas atraves das lajotas e pedregulhos de quartzito q forram a estreita trilha, ganhamos altitude atraves daquela encosta ingreme, pipocada de canelas-de-ema, campos rupestres e matacoes de arnica. Num pequeno platozinho de pasto, marcado por uma gomeira solitaria nos 1197m, fizemos uma pausa pra retomada de folego e alguns cliques do belo visual q se descortinou, pra depois vencer o ultimo degrau ate o alto da serra.
As 16hrs alcancamos os amplos e vastos descampados q predominam no alto da serra, agora na cota dos 1268m. A trilha aqui nos leva inicialmente pela beirada da serra mas depois deriva pro interior das campinas. O passo aqui é rapido pois qq parada é motivo pra nuvens de borrachudos de fartarem conosco, razao q nem fotos deste trecho ninguem se atreveu a tirar sem ficar com pontinhos vermelhos no corpo. Mas finalmente as 16:45 damos nas margens do Corrego do Galheiro, onde um bucólico cocho divide espaco com um belo gramado ideal pra acomodar varias barracas, desde q se desvie das trocentas sujeirinhas bovinas, claro!
Montado acampamento, as tarefas do povo se revezam entre tomar banho no rio, remover carrapatos ou simplesmente adiantar a comilança, q por sinal nunca esteve tao saborosa. Destaque especial pra janta do André e da Cá à luz de velas e regado a vinho! Mas não tardou pra respingos comecarem a cair, nos obrigando a adentrar em definitivo em nossas barracas bem antes das 19hrs. A noite intercalou chuva intermitente com fortes rajadas de vento fustigando nossas tendas. Uma leve dor-de-garganta insistia em prejudicar minha merecida noite de sono, assim como a umidade acumulada no saco-de-dormir. Levantai diversas vezes pra mudar de posicao p/ desviar das pequenas infiltracoes, mas de resto td correu bem. Enqto isso, la fora a chuva teimava em cair, quica achando q tb fossemos amfibios, q por sinal coaxavam aos montes a nosso redor.



 
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