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CIRCUITÃO SABATINO PELA “TRILHA DAS ANTAS” - Página 3 PDF Imprimir E-mail
Seção: Trekking - Categoria: Geral
Escrito por Jorge Soto   
Sáb, 29 de Agosto de 2009 15:34
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CIRCUITÃO SABATINO PELA “TRILHA DAS ANTAS”
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Retomamos a caminhada 40min depois, ladeando a margem do rio, ora subindo ora descendo a encosta conforme o mato e declividade permitiam, s/ maior dificuldade de avanço. Subimos o rio entao ate um ponto onde ele era visivelmente mais raso, porem mais movimentado e repleto de pedregulhos, mas de visual tao encantador qto o anterior. Pausa pra fotos antes da travessia, claro! A partir dali cada um seguiu por onde lhe fosse + facil; o Nei, Vagner, Fernando e Abade seguiram corajosamente por um trecho onde cruzaram c/ agua quase  ate o peito, c/ as mochilas na cabeça. O resto optou um pouco + acima, onde cautelosamente e pisando c/ firmeza nas pedras +seguras e q nos dessem apoio garantido, cruzamos o rio com agua ate o joelho, embora aqui a correnteza fosse maior. Esta travessia foi demorada, razao q alguns aproveitaram a deixa pra se refrescar nos poços cristalinos ou nas hidros do Itatinga. A Báh, o Nei e o Gabriel q o digam.
Uma vez na outra margem, as 15:30, bastou seguir um rastro obvio de picada visivel entrando na mata q foi so acompanhar. Estavamos agora nos dominios do Parque das Neblinas, já no municipio de Bertioga. O parque, por sua vez, é uma reserva particular q integra a antiga Fazenda Sertao dos Freires, regiao limitrofe ao Pq Est. Serra do Mar. Pois bem, andamos um tempao na mata fechada por uma trilhona bem batida, inicialmente em subida pra depois descer em definitivo, sempre suavemente e ornada de canteiros de maria-sem-vergonhas e lirios-do-brejo. As 16hrs, após cruzar uma floresta secundaria, caimos no aberto numa estradinha maior, em meio a um enorme reflorestamento de eucaliptos. Explica-se: o parque pertence à Suzano, empresa produtora de papel q constituiu o Instituto Ecofuturo p/ opera-lo.
As 16:30 damos num emplacamento q indica termos saído dos 2km q percorrem a "Trilha do Itatinga". Vendo q a sinalização Tb indicava apenas 300m pra "Cachu do Sertao", resolvemos conhecer a tal queda. Mas qual nossa surpresa ao chegar la e de sermos barrados por um funcionário sob alegação q "o local estava reservado apenas pra um pessoal q estava numa sessão de fotos inteiramente despidos!" Animados pela possibilidade de se tratar da gravação de um "pornô-ecologico", nosso intento de entrar pela mata pra prestigiar os despudorados atores de nosso efervescente cinema nacional foi água abaixo qdo o mesmo funcionário avisou o resto dos guardas da nossa presença (ilegal, lógico!) mostrando-nos gentilmente a saída.
Voltamos então a estrada principal no mesmo ritmo anterior, passamos pela entrada de outras trilhas ("das Antas", "do Itatinga" e "do Acampamento") ate dar numa enorme ponte asfaltada sobre o Rio Itatinga, cujas águas cristalinas corriam mansamente 20m abaixo. Antes, porem, fomos interpelados por dois veículos de guardinhas, c/ os quais argumentamos de onde vínhamos e da nossa necessidade de sair por ali. Compreenssivos e sempre prestativos, os mesmos fizeram questão de nos dar carona (ou seria escoltar?) ate a saída, quase 10km dali, alem de nos presentear c/ folders informativos do parque! Melhor q isso, impossível!
E dessa forma oportuna e imprevisível, nos esprememos em dois carros feito sardinhas, e lotamos a caçamba de um deles! Tanto q o veiculo teve q parar diversas vezes devido a aquecimento do motor. Fora isso, percorremos os 8k restantes em meio a bosques intermináveis de eucaliptos, passar pelas simpáticas instalações do parque e dar na entrada principal, as17:30, marcada por uma lacônica placa "Faz. Pedra Branca- Suzano Papel Celulose". Enfim, estávamos teoricamente em Bertioga e nada da Báh pagar nossa merecida porção de camarão..
Lá fora, no meio do nada cercado de mata, fomos orientados a aguardar um busao q passaria as 18hrs. Contudo, como nossa necessidade de boteco aquela altura era primordial, não pensamos duas vezes em seguir pela estrada de terra 1km adiante (sentido Taiaçupeba) onde as infos davam conta q havia um. Chegando la, numa casinha no meio da mata a beira da estrada, qual nossa decepção q o mesmo havia fechado faz tempo pela sua idosa dona, q agora recebia a visita de seus trocentos netos. Claro q a molecada colou bem curiosa na gente, assim como os latidos estridentes de um barulhento totó q insistiam em reverberar nossos combalidos tímpanos. E la aguardamos, aguardamos e aguardamos..e nada do busao! Não fossem as historias pitorescas da molecada sobre a região (como da presença de onças, da criação de uma cobra e uma anta pelo avô, do medo de lobisomem, da morte da irma maior enforcada, etc) essa espera teria sido bem tediosa.
Enfim, não tardou pra noite cair e preencher o firmamento de estrelas, alem de um friozinho nos obrigar a vestir anorakes. E nada do busao. Foi ai q a Leila, desesperada, percebeu q perdera sua carteira. Claro q ela e + alguns a acompanharam pro parque novamente na vã tentativa de achar a dita cuja. Enqto isso, o busao ("Pedra Branca") finalmente passava por ali as 19:30, e a trip foi um autêntico off-road rumo Mogi, mas q mesmo assim não impediu q tds (sem excessao) puxassem um merecido ronco em meio a tanta trepidação e sacolejo. Chegamos apenas uma hora depois em Mogi, onde encostamos num boteco pra aguardar o resto do povo e bebemorar a empreitada. Ricardito, Néia e Eric zarparam antes disso. Mas qdo chegaram os retardatarios (s/ encontrar a maledita carteira fujona), imediatamente nos dirigimos p/ tomar o trem de volta pra Sampa, mas não s/ antes degustar um dogão e um espetinho de gato local, as 22hrs. A trip agora foi inteira no mundo dos sonhos, e a medida q o trem se aproximava da "Terra da Garoa", o povo foi se despedindo, descendo de estação em estação, sendo q a ultima leva esfacelou-se na Est. da Luz. E finalmente, cheguei no aconchego e conforto de casa por volta das meia-noite e meia, apenas pra tomar uma ducha merecida e constatar dois maleditos carrapatos alojados ilegalmente no meu quadril. Alem de beliscar alguma coisa, já q não tive meu quinhão de porcão de camarao "di grátis". 
Enfim, por mais incrível que possa parecer, esta regiao repleta de opcoes aventurescas está á aproximadamente 60 km do centro da pauliceia desvairada, e apesar disto, nos permite desfrutar de um lugar natural bastante preservada da Serra do Mar. Alem da "Trilha das Antas", tem a descida da Garganta do Gigante ao litoral, a subida do Rio Itatinga ate sua nascente ou ate mesmo um circuitao abrangendo a Cachu Furada e a do Elefante, entre outros programas q a criatividade demandar. Enfim, opcoes não faltam. E se a palavra Mogi, em tupi, significa "Rio das Cobras", a regiao serrana q abraça esta pacata cidade oferece não apenas Mata Atlantica de sobra pra abrigar o referido ofideo. O habitat natural do temido peçonhento - como também das antas q dão nome a picada supracitada - nos brinda com mais um verdadeiro e promissor paraíso pra andarilhos.
Jorge Soto
http://www.brasilvertical.com.br/antigo/l_trek.html

   



 
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