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MOCHILANDO NA TRANSPANTANEIRA PDF Imprimir E-mail
Seção: Técnicas - Categoria: Lateral
Escrito por Jorge Soto   
Qui, 04 de Junho de 2009 21:56
Índice do Artigo
MOCHILANDO NA TRANSPANTANEIRA
ENTRE JACARÉS E PIRANHAS
QUASE INDO EMBORA
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MOCHILANDO PELO PANTANAL MATOGROSSENSE

 O único que sabia do Pantanal se limitava à antiga novela homônima. No entanto, esta vasta região é muito + do q pano de fundo p/ qq folhetim p/ gringo ver. É uma terra onde as águas ditam o curso da vida selvagem, q pode ser apreciada em seu estado mais puro e exuberante.

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      alagados  sem fim                                                            aguapés na estrada

um verdadeiro zoológico de biodiversidade a céu aberto, num ambiente q é transição do cerrado p/ floresta amazônica. E o Pantanal Norte parecia ser uma ótima pedida p/ viver, mesmo q brevemente, esta experiência de rusticidade longe do conforto dos resorts/refúgios gringos q pululam em sua porção sul, porem igualmente repleta de atrativos.

A manha estava tomada pela neblina qdo o busao deixou a simpática Chapada dos Guimarães c/ destino Cuiabá. Eu ainda decidia q rumo tomar, de acordo com a disponibilidade de busao p/ qq cidade próxima do Pq das Emas, centro-sul do estado. Dong, o coreano q conhecera no camping, tinha um esquemão numa fazenda no Pantanal e me convidara a dividir despesas. Fiquei de pensar. 8hrs, já na rodô potiguara, a inviabilidade de horários de busao p/ centro-sul do estado decidiu p/ q acompanhasse meu amigo. Afinal, depois de me matar caminhando no "Centro Geodesico do Continente" nada melhor q um pouco de mordomia desta vez. Fiz as contas e cabou dando menos de 200 pilas por cabeça. Beleza, tava dentro do meu mirrado orçamento.
Dong fez as devidas ligações (conseguidas c/ um mochileiro italiano) e meia-hora depois aparecia uma Kombi p/ nos buscar na rodô. João era o dono da fazenda, foi com quem negociamo$ e depois não vimos mais. Marcos, o motorista, era o pantaneiro q seria nosso "anfitrião" durante nossa breve estadia. Atravessamos a cidade, simples e de pouca verticalidade, c/ destaque pros orelhões coloridos c/ formatos de bichos pantaneiros. Boa parte das ruas nem tem placa de identificacao. Algumas compras e partimos em direção a Poconé,100km dali, numa estrada q rasgava a enorme planície verde q se abria diante de nós.

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figurinha carimabada na região                       vem pegar tóto, vem 

PELA TRANSPANTANEIRA

Em Poconé, 9:30, cidadezinha minúscula c/ ares interioranos, mais uma breve parada. Tava um calor desgraçado (quase 40ºC) e o sol forte destoava a arquitetura colonial da cidade, de cores claras vivas q outrora viveu do garimpo de ouro. Pé na tabua e não tardou o asfalto dar espaço p/ terra batida. Dali ate a fazenda seriam 50kms bem demorados. Após um tempo por uma estrada vicinal chega-se diante de um posto do Ibama, onde militares (!?) policiam diante uma placa de madeira c/ os dizeres "Transpantaneira - aqui começa o pantanal matogrossense", escrito tb em espanhol e inglês. Esta estrada vai ate Porto Jofre (no Rio Cuiabá, a 147km), embora originalmente fosse construída p/ ir ate Corumbá. Isto é, os caprichos da natureza fizeram desta estrada ligar o nada a lugar nenhum, em tese.
A partir dali é um retão de terra batida, precário e interminável, atravessando uma gigantesca planície alagadiça de vegetação aquático-arbustiva. A visão impressiona. Água, água e mais água, onde quer q se olhe. Isso pq na época chuvosa td água escorre dos planaltos p/ cá, alem dos próprios rios transbordarem seu leito. Uma planície coberta por uma imensidão de águas, onde apenas alguns focos de matas e arvores maiores - bem ao longe - contrastam c/ a horizontalidade da paisagem, permanentemente alagada.
Na verdade, a Transpantaneira não passa de um aterro elevado sobre o charco, repleta de pequenas e rústicas pontes de madeira (+ de 100). Em alguma delas nem o motorista confia e opta por contorna-las por aterros q atravessam pela água mesmo. A Kombi chacoalha muito e Marcos mesmo assim pisa fundo, desviando dos enormes buracos, pedras soltas e terreno arenoso q as vezes toma conta do caminho. O consolo é a paisagem, q mesmo sendo período de seca se mostra uma megacharco, um campão gigantesco tomado pela água apresentando alguns e raros pontos secos, nas áreas mais elevadas. Noutros trechos o alagamento é forrado por um tapete verde de aguapés, plantinhas típicas daqui q flutuam em conjunto, emoldurados por matas maiores, bem ao fundo. Aqui é o único local onde as inundações são bem vindas.
Evidentemente, a estrada passa por algumas entradas q levam a fazendas da região, q basicamente se dedicam a pecuária. Mas não demora e a vida selvagem começa a surgir, indo alem dos cavalos e búfalos de praxe. Famílias de capivaras correm p/ água c/a passagem do veiculo; jacarés imoveis c/ a cabeça empinada nas margens do aterro já parecem indiferentes; os postes ostentam enormes ninhos cheios de verdes maritacas em seu interior; e as águas desfilam toda sorte de aves, uma mais bonita q a outra. Biguás, araras, martim-pescador, marrecos, garças, carcarás, gaviões, tucanos, etc..Uma pequena parada p/ bater fotos e qual minha surpresa q os jacarés todos se escondem em meio os aguapés, nifeias e belas vitória-regias, ariscos. Mas pude reparar q a água é bem clarinha, embora relativamente escura noutros trechos. Apesar do calor e da proximidade de água fresca p/ banho estar disponivel, o bom senso evidentemetne proíbe qq espécie de imersão
De repente, vemos de longe na estrada um vulto escuros rodeado de gdes aves, q se dispersam à nossa aproximação. Eram urubus bicando uma capivara fresquinha, recém-atropelada. É triste contatar q isso é comum aqui. Contabilizei + 2 capivaras, um jacarezinho e varias cobras de gde porte vitimas da imprudência humana, isso somente no curto trajeto q percorremos.
Durante td o sacolejante caminho cruzamos com apenas um veiculo sentido contrario, indicando q a densidade demográfica humana aqui é baixíssima. Estudei atentamente alguma possobilidade de camping no trajeto e reconehco q não vi viabilidade nehuma p/ tal. Uma rede quiçá fosse viável, mesmos sujeito a alguns riscos. Diga-se onças.
A viagem nos toma + de 2 horas e, numa placa anunciando "Fazenda Rio Claro", saimos da Transpantaneira p/ adentrar noutra estrada secundaria, onde sacolejamos mais um pouco ate pararmos diante de um descampado rodeado de muita mata.



 
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