O isolamento, alta declividade,
mata fechada, escassez de água e até de espaço são
obstáculos nada desprezíveis desta imponente montanha, que se
caracteriza por 2 singulares "monolitos" q ornam o seu cume. Selvagem
e pouco freqüentada, alcançamos o Ciririca pela trilha "de
cima", atravessando vales que bordejam o Tucum, passam pelo alto do Taquapiroca
e Luar; e retornamos pela clássica trilha "de baixo", serpenteando
o verdejante vale principal, num circuitão de 3 dias árduos
q tb se caracteriza pela diversidade de cenários, q vão desde
cascatas e florestas nebulares, até campos de altitude e espécies
endêmicas da região.
Alem de muito visual e nenhuma alma viva
em todo percurso.
DO BOLINHA AO TUCUM
Divididos em 3 frontes, nos encontramos
as 9hr no Posto do Tio Doca, localizado as margens do BR-116 logo após
a Repr. de Capivari: Célio, Carlão, Mirna e Lu, q haviam lá
pernoitado após sair sexta à noite; eu, Ângelo, Rafa,
Nelson e Sandra, q sairamos naquela mesma madrugada de SP; e a galera paranaense,
encabeçada pelo Zum (CPM), seu irmão, 2 amigos e a espoleta
Débora. Feitas as devidas apresentações, zarpamos p/
Posto do Túlio (Esso), + adiante, onde ao lado pegamos a estrada poeirenta
q nos levaria ao inicio da trilha, na simpatica e humilde Faz. do Bolinha,
chegando lá 15min depois. Lá, no meio de vacas, esquálidos
cães, patos e galinhas, alongamos, arrumamos as coisas ate, finalmente,
começar oficialmente nossa epopéia, quase 10hrs.
A partir daqui refazíamos inversamente o último dia da Tucum-Itapiroca,
realizada no feriado anterior. A trilha é obvia e logo a mata fresca
nos envolveu, aliviando-nos do calor daquela manha ensolarada. Logo passamos
a acompanhar o cristalino Rio Samambaia, q é atravessado umas 5 vezes,
pulando de pedra em pedra. Ora de um lado, ora de outro, a trilha serpenteia
em suave aclive na 1ª meia hr vale adentro. No rio abastecemos todos
nossos cantis pq no alto não há o precioso liquido. Ao chegar
na "Arvore do redador", cujo tronco lembra uma sequóia milenar,
a picada torna-se íngreme em meio a espesso bambuzal e sobe sinuosamente
morro acima, deixando o rio à e squerda lá embaixo, porem perfeitamente
audível. Após um "túnel" de taquarais e bambus,
a picada sobe entre pedras e um fiapo de água, ate q chegamos na famosa
bifurcacao, as 11:15, marcada por fitas vermelho-laranja.
Seguindo reto (direita) vamos direto p/ Ciri (nome carinhoso pelo qual tb
é conhecido o Ciririca) pela "trilha de baixo", mas tomamos
a picada q sobe à esquerda, ou seja, a "trilha de cima".
Ganhamos altitude suavemente por pouco tempo, pois logo a trilha torna-se
íngreme o bastante p/ fazermos uso tanto de pés e maos q se
agarram firmemente em pedras, galhos, troncos e raizes q servem de escadas
naturebas no trajeto. Apesar do grupo numeroso nosso ritmo era constante,
não havendo mta distancia entre o 1º e o ultimo.Ao meio-dia emergimos
da mata, saindo numa espaçosa clareira marcada pela enorme laje q dá
inicio à rampa do Camapuan, onde nos detivemos p/ merecido repouso,
breve lanche e muitos cliques. Em seguida, começava a árdua
subida propriamente dita, atraves da larga e íngreme laje em meio ao
capinzal seco q balançava ao vento. Aqui sim o grupo distanciou-se
consideravelmente por conta do condicionamento de cada um e vários
pit-stops foram necessários p/ retomada de fôlego (né,
Débora?), mas isso não era problema algum pq a trilha é
no aberto, bem obvia e ninguém perdia contato visual c/ ninguém;
o 1º conseguia ver de cima td mundo, tal qual uma fileira de "formigas
coloridas" subindo em ziguezagues. "Esta subida não acaba
nunca!", reclamava Sandra. E não acabava mesmo. Entretanto, as
12:50hrs, finalmente alcançamos os 1713m do largo cume do Camapuam,
onde td o esforço era recompensado pela generosa panorâmica proporcionada
pelo tempo aberto: ao norte o cintilante espelho dagua da Represa de Capivari
refletia um ceu azul impar; a nordeste, os rochosos imponentes do Caratuva,
Itapiroca e PP apontam majestosamente aos céus; a sudeste, em 1º
plano o domo abaulado do enorme Tucum se sobrepõe ao Ciri logo atras,
c/ suas "orelhinhas" refletindo a luz do sol daquele horario; e
a sudoeste, uma nevoa cinza pairando sobre Curitiba nos lembra estarmos proximo
da civilização, a meros 60km dali. Claro q alem de descansar,
beliscar algo e clicar paisagens, vadiamos ali um bom tempo, cobertos de razão.
Alguns ate capotaram no capim fofo, literalmente. O vento se fazia intenso,
obrigando-nos a vestir agasalhos e passar protetor solar imediatamente. Descansados,
pusemos o pé-na-trilha novamente quase hora depois, agora tomando a
picada p/ sudeste. Após atravessar td o capinzal do topo do Camapuam,
tem inicio a curta descida q nos leva ao selado q liga ao Tucum, o qual subimos
em vagarosos ziguezagues, após tentar coletar uma aguinha q sai numa
grutinha enfiada num matinho à esquerda da trilha. Assim, quase meia
hr após deixar o Camapuam, chegamos no alto do Tucum as 14:30!! A vista
aqui não difere muito do Camapuam, c/ a diferenca q alem de um contato
visual melhor do Ciri, a sudeste, tem-se uma visao privilegiada da crista
e vales do Cerro Verde, Taquapiroca e Luar, q seriam percorridos no dia sgte;
atrás destes ainda temos os contornos da Baia de Paranaguá,
assim como Morretes, a Estr. da Graciosa, Cjto Marumbi, Morro Sete e Agudo
de Cotia. Enqto descansávamos apreciando o visu, matutava se continuávamos
ate o Luar ou ficávamos ali mesmo. Conversei c/ o povo avaliando distancias,
tempos e ritmo geral, e acabei decidindo "democraticamente" q o
melhor seria pernoitar no Tucum; alem da garantia de bons lugares p/ tds,
era incerto chegar no Luar ainda de dia, e andar à noite em trilha
q desconhecia estava fora de cogitação. Esta decisão
mostrou-se a + sensata, no perrengue do dia sgte.
Assim, montamos acampamento e ficamos lagarteando o restante daquele dia,
batendo papo, faturar + fotos, assinando o livro de cume ou simplesmente esparramados
à toa no capim fofo. A Mirna ofereceu seus (concorridos!) serviços
de massagista q o Célio não recusou, claro, por conta da enorme-mega
mochila q sempre carrega! Enqto isso, a Lu e o Nelson desfilavam em modelitos
fashion bem chiques p/ ocasião! As 17:30, o Zum e seus amigos retornavam
p/ Bolinha (onde chegariam as 19hrs, no escuro) pois não fariam a travessia
conosco, se limitando apenas ao ataque daquele cume. O fim de tarde teve direito
acrepúsculo cinematográfico, c/ o sol caindo no horizonte e
tingindo o firmamento nos + variados tons de vermelho-alaranjado imagináveis.
A noite e o frio vieram a seguir, revelando as faiscantes luzes de Curita
e arredores. Preparamos nossa janta e caímos no sono antes das 20hrs,
afinal tínhamos q repor o sono e cansaço daquele dia, pois o
domingo seria puxado. A noite, alem de estrelada, nos brindou c/ uma lua maravilhosa
q iluminou o cume ea serra ao redor. Ventou tb consideravelmente, e varias
vezes acordei ora c/ as fortes rajadas q sacudiam bruscamente a barraca, ora
c/ o ronco de uma barraca vizinha (Ângelo? Célio? Carlão?)
q mais parecia uma onça rosnando ou alguém serrando um jatobá...
EPOPÉIA ATE O CUME DO CIRI
A manha sgte levantamos cedo p/ clicar
o sol surgindo c/ td esplendor atrás
do PP, alem de dar inicio o qto antes à pernada do dia. Felizmente
ventara o
suficiente p/ q as barracas nao ficassem umedecidas pelo orvalho, embora
esse mesmo vento agora dificultasse desmontar as mesmas; pelos aparelhos do
Carlão, ventou quase a 50km/h!! Assim q comemos algo e as mochilas
engoliram
td, pusemos pe-na-trilha pontualmente as 7:40hrs!
A picada desce o topo do Tucum p/ leste em meio a capinzal e matacoes de
caratuvas, mas qdo chega na beirada do mesmo torna-se bastante íngreme,
ou
seja, uma "desescalaminhada", nos agarrando vigorosamente à
mata (ou raízes)
ao redor p/ perder rapidamente altitude. Em alguns trechos pedregosos,
úmidos ou enlameados, escorregões são inevitáveis,
e o "esquibunda" é a
melhor opção p/ continuar. Logo alcançamos o vale abaixo,
onde continuamos
no frescor da mata nebular ornada de muita bromelhia, sentido sudeste,
sempre atentando p/ marcações de fitas e tendo o Rafa como guia,
logo
adiante. As 8:40 chegamos na bifurcacao; como a da esquerda sobe ao Cerro
Verde, tomamos à da direita q desce o vale sentido Taquapiroca, pico
q
antecede o Luar e Ciri. Assim, continuamos intuitivamente bordejando um rio
seco, atravessamos denso taquaral por cima de muitas raízes brotando
do chão
ate emergir da mata, caindo numa campina em suave declive. Aqui alcancamos
nova bifurcacao, onde tomamos a da direita outra vez, q visivelmente vai
sentido desejado, isto é, subindo as encostas do Taquapiroca, ora no
aberto
ora passando por pequenos vales ou línguas de mato, onde escorria algum
filete de agua. Aparentemente, os trechos no aberto q seriam fáceis
são os +
perrengueiros pq muitos arbustos espinhentos (taquarinhas, caraguatás,
quiçaças, etc) tomam conta da trilha, q é pouco freqüentada.
Alem de sair
arranhado, cortado e espetado, faz-se o dobro de esforço pq o próprio
mato
se agarra em qq saliencia da mochila, tornando o avanço lento, pra
desespero
da Lu e da Sandra ("Ai, me larga, vai!").
Após passar por um ultimo vale de encosta (c/ algumas grutas), sair
no
aberto e contornar enormes rochas em meio a arbustos, atingimos o cume do
Taquapiroca as 10:30, q é um pequeno morro do lado do Luar, sem espaço
p/
nada, apenas uma rocha serve de mirante e nada mais. Nada de descanso e
continuamos adiante, descendo um vale e subindo arduamente o selado q o liga
ao vizinho Luar, sempre atraves de densos arbustos, onde chegamos as
11:20hrs. Contudo, o topo é estreito, minúsculo e sem espaço
algum! Mas o
pior era o vento de furacão q acoitava sem dó a montanha; rajadas
súbitas
chegavam a nos desequilibrar e, segundo medições do Carlão,
soprava quase
70km/h!! Sem chance de parar ali e mto menos de pernoitar! Daí continuamos
na trilha, agora descendo a crista do Luar, sentido Ciri, atraves de um
vasto capinzal ate alcançar um pequeno vale protegido onde paramos
p/
lanchar, quase meio-dia.
Retomamos a pernada 40min depois, descendo sinuosa e suavemente as campinas
p/ sudeste, de onde tínhamos uma vista esplendida do Ciri, bem à
nossa
frente, emoldurado pela baia de Paranaguá, atrás! Novamente
caímos no fundo
de um vale c/ mata fechada, c/ arvores de pequeno porte e galhos retorcidos
cobertos de musgos, onde acompanhamos um rio seco ora de uma margem, ora de
outra, sempre seguindo as benditas fitinhas! Subindo a encosta oposta em
meio a espesso taquaral, outra vez nos vemos no alto de um morro menor, onde
a trilha nos leva a uma pequena clareira. Aqui surgem bifurcações,
mas o
sentido certo é descendo na mata fechada, por dentro de um pequeno
riozinho
q estava quase seco. Havia muitos bambus e taquarais secos obstruindo o
caminho, mas nada q o Ângelo não resolvesse com seu "canivete
suíço". Assim,
e pulando de pedra em pedra, logo chegamos à bifurcacao da trilha clássica
,"por baixo", lugar conhecido por Ultima Chance, as 14:30, pois
é o ultimo
lugar p/ se obter água e onde comeca a verdadeira subida do Ciri!
Após um descanso e encher os cantis, buscamos a trilha e nada. Felizmente,
a
Sandra a descobriu bem na nossa frente, alias, na diagonal da arvore c/
garrafas pet vazias ali, subindo forte. Dito e feito, iniciamos a ascensao
e
logo saimos da mata p/ ver q o tempo estava td encoberto, c/ nuvens
impossibilitando visibilidade dos arredores, infelizmnete! A picada bordeja
a encosta inicialmente atraves de um capinzal, entra e sai da mata e dá
de
cara c/ uma laje extensa e bastante íngreme. Estávamos, enfim,
na rampa do
Ciri! Aqui tds se separaram, cada um c/ seu ritmo, ate pq subir aquela larga
e ardilosa rocha era tarefa dificil por conta da gde declividade e a
ausência de bons apoios p/ se firmar, a não ser na espinhenta
mata ao redor!
Aqui a Mi "travou" e quase desistiu, mas o Carlão, c/ paciência
q deixaria
Jó se remoendo, conseguiu q ela se superasse e fosse ate o fim. Apos
a
rampa, a trilha nivela num ombro rochoso q sobe ate o cume em meio a
arbustos e campos de altitude, as 16hrs! Olhava pra cima, e as nuvens
permitiam ver rapidamente o cume, nos dando uma noção do qto
faltava. De
repente, a subida terminou! Estávamos no alto dos 1710m do Ciri! Mas
a
trilha prosseguia na horizontal, nivelada em meio a arbustos pela fina
crista do cume, ate q de repente pude ver a silhueta nítida de uma
das
enormes placas do Ciri, q + parecia um outdoor! Me apressei e logo estava
abaixo dela, feliz da vida, as 16:30! Porem, cansado e c/ o frio nevoeiro
umedecendo rapidamente minhas roupas, eu, o Ângelo e o Rafa buscamos
locais
p/ acampar, pq nas proximidades daquela placa não havia nenhum q prestasse,
sem falar q ali devia ser o toalette a ceu aberto por conta do odor
desagradavel! Continuamos pela trilha em direção à 2ª
placa, atravessando +
arbustos q escondiam restos de fundações, tonéis e enormes
vigas
remanescentes da construção das tais placas de reflexão
de microondas, q
remontam à década de 70. Chegamos nas proximidades da base da
2ª placa, onde
o cume era mais largo, espaçoso e continha clareiras dispersas suficientes
(e protegidas por caratuvas!) p/ comportar tds! Aos poucos foi chegando o
resto do povo, respirando aliviado. No final da tarde, o tempo abriu
parcialmente permitindo ver o cume td e as duas placas simultaneamente, mas
o + bonito foi o mar de nuvens abaixo de nós, salpicado de varias "ilhas"
rochosas! Aos poucos, vimos o crepúsculo chegar em tons degradê
escarlates
refletidos tanto nas placas como filtrado nas nuvens de maneira formidável,
um verdadeiro presente pelo esforço daquele dia, e fomos jantar assim
q o
bréu preencheu o firmamento. Estávamos exaustos e, logicamente,
o
acampamento permaneceu no silencio do sono dos justos bem antes da 20hrs!
À
noite, contudo, fui "regar uma moita" e me surpreendi por não
ventar nem
fazer mto frio, e tornei a dormir profundamente, mesmo sentindo o ardor dos
inúmeros arranhões e cortes nas mãos! Mas não
sem antes dar uma espiada no
ceu coalhado de estrelas.
O INTERMINAVEL RETORNO POR BAIXO
Alguns levantaram cedo p/ ver
a alvorada, mas apenas o Célio e o Carlão
estavam lá, clicando o sol nascer sobre as nuvens. O resto saiu da
toca logo
depois apenas p/ pegar o espetáculo pela metade e assinar o livro de
cume,
c/ orgulho, afixado num cano de pvc logo abaixo da placa. O dia estava azul
e promissor, embora ainda pairasse o mar de nuvens abaixo de nos, impedindo
visibilidade tanto de Curitiba, do litoral e dos Agudos. Saimos, enfim, por
volta das 8:40 cientes q tínhamos uma longa pernada pela frente. Antes,
porem, tomamos um rápido desjejum, arrumamos td e recolhemos o lixo
(alem do
nosso) deixado por algum suíno irresponsavel por ali. A volta, claro,
foi
bem + rápida q a subida, mesmo com as constantes paradas p/ fotos pois,
a
diferença do dia anterior, agora vislumbrávamos td a paisagem
ao norte, onde
o PP destoava dos picos em seu entorno naquela imensidão alva de nuvens.
Antes da descida, um ultimo adeus às placas, q agora brilhavam a luz
matinal!
Chegamos rapidamente no Ultima Chance, as 10hrs, e após breve descanso
retomamos a pernada sentido noroeste, pela "trilha de baixo", em
meio a
densa floresta, subindo e descendo vales, bordejando encostas de morros
atraves de túneis de bambuzinhos, mata fresca, num chão forrado
de folhas
secas, tendo como trilha sonora o canto dos pássaros e algum curso
dagua,
nalgum vale fundo, à nossa esquerda. No caminho, uma taquarinha ricocheteou
dentro do olho do Rafa, provocando inflamação imediata e preocupação
na
galera. Após descer uma piramba íngreme chegamos ate o Rio do
Meio, as
12:20, onde a Cach. do Professor , uma bela queda dagua despencando por
lajotas rio abaixo, é um dos encantos deste trecho predominantemente
sem
visu ou amplas vistas, e onde tb temos uma breve pausa p/ lanche e descanso.
Seguindo em frente e nunca perdendo de vista as sagradas fitinhas, ladeamos
altas encostas repletas de raízes e bambus, descemos a vales subsequentes
onde atravessamos outros ribeirões em meio às pedras e pequenos
poços. As
vezes surgiam duvidas em relação a continuidade da trilha, mas
ai nos
dispersávamos e sempre alguém encontrava a dita cuja, mais adiante.
Trabalho
em cjto é isso ai! Em seguida vem uma subida interminável no
"vale das
borboletas", onde no meio se encontra a Pedra da Corda, q como o nome
diz, é
uma rocha com alta declividade q se sobe c/ ajuda de uma corda q não
inspirava mta confiança, em 2 lances, trecho q exigiu superação
das meninas,
principlamente da Lu (q já tinha quebrado o dente) pois naquela hora
literalmente "travou", mas superou bravamente seus temores! Como
se não
bastasse, o ultimo trecho daquela piramba interminável tinha ainda
uma
escalaminhada numa arvore tombada. Para compensar tanta subida, depois vem
um longo trecho descendo em meio a enormes bambuzais e paus-brasil(?), as
14:12. A partir daqui se desce continua e suavemente, ora de um lado de um
córrego, ora do outro, ate alcançarmos novo riozao (Do Cedro?)
atravessanndo
a trilha, local chamado de Poço das Fadas, onde temos breve descanso
p/
retomada de folego. A esta altura estamos visivelmente cansados e não
vemos
a hora de chegar na bifurcacao (p/ Camapuam), ao menos. Mas la chegamos logo
em seguida, as 15:40, pra terminarmos a pernada descendo por trilha bem mais
batida, passarmos pelas arvores gigantes, os rios e chegarmos na Faz. do
Bolinha as 16:40, felizes da vida! Sentados nas pedras, removendo espinhos
das mãos, colocando os chinelos e sendo ciceroneados pelos magérrimos
cães
dali, tiramos a ultima foto do grupo vitorioso. Ainda pegaríamos estrada
p/
sampa e, conseqüentemente, transito. La chegaríamos no final da
noite
somente. Mas e daí? Isso era de menos comparada à satisfação
individual do
sucesso da empreitada.
E assim transcorreu nossa jornada ao grandioso Ciririca, cujo curioso nome
significa "Grande Mãe dos Caranguejos do Mato", em tupi-guarani.
Outra
particularidade q se pode constatar é a ironia c/ q uma das montanhas
mais
difíceis de conquistar tenha seu aceso principal dos + fáceis,
numa pacata e
humilde fazenda próxima de um gde centro urbano. Quiçá
esta ambigüidade q
faça do Ciririca c/ justa razao uma das pérolas da Serra do
Ibitiraquire.
Com cenários tao belos, misteriosos, selvagens e inóspitos,
deve ser tb por
isso q quem sempre alcanca seu cume o faça em tom de reverencia àqueles
silenciosos "monólitos" metálicos, plantados no alto
daquela montanha
distante e exótica, um lugar realmente alcançado por poucos.”
Jorge Soto
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Por
Jorge Soto
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